Por conta da onda de violência envolvendo agências bancárias do Estado, o Sindicato dos Bancários promoveu uma coletiva sobre a segurança das agências. Em pauta, o resultado da audiência com o Banco do Brasil (BB), que aconteceu na segunda-feira (13). O Banco considerou vários itens da lei como viáveis, porém a blindagem nas fachadas térreas foi um ponto que apresentou algumas restrições.
Na ocasião, foram apresentadas todas propostas e esclarecimentos acerca do cumprimento da Lei 6168, sancionada em fevereiro de 2012 pelo governador do Estado. A lei, que trata da instalação de vários mecanismos de segurança para dificultar a ação das quadrilhas especializadas em roubos a bancos, prevê a instalação, além das portas giratórias com detector de metais. Os bancos têm de instalar blindagem nas fachadas térreas; um ou dois vigilantes no autoatendimento, circuito interno de TV, biombos e divisórias opacas, além da instalação de câmeras de alta definição ligadas à Central de Monitoramento Eletrônico da Polícia Militar do Estado.
No caso do Banco do Brasil, a blindagem apresenta algumas restrições, por isso foi proposta a realização de uma audiência técnica com a Federação Nacional dos Bancos (FEBRABAN), juntamente com outros órgãos e ainda com a participação do senador Wellington Dias (PT), para que a lei seja levada à bancada federal. ?O único quesito que requer mais aprofundamento técnico é a blindagem, porque existe a preocupação de que isso se torne um perigo maior para a sociedade, como acontece em outras cidades do país?, explica o representante da Superintendência Regional do Banco do Brasil, Sávio Rodrigues.
A proposta de uma audiência técnica não é por conta do financeiro e sim ela segurança. Sávio esclarece que não se tem como prever o recurso a ser utilizado pelas quadrilhas. ?Não há como saber que recurso, mais agressivo, vai se usar numa ação como essas. E isso pode comprometer ainda mais a segurança dos funcionários, clientes e toda a sociedade?, acrescenta.
Com a blindagem, os assaltantes podem optar pelas explosões. Outro ponto colocado em destaque foi que, dependendo do armamento, as balas podem bater no vidro e voltar, correndo o risco de atingir alguém que não tenha nenhuma ligação com o acontecido.
Presente na coletiva, a deputada Flora Izabel declarou que a reunião com o BB já foi um avanço para a categoria.
?Ele é um banco oficial, além do lucro, tem o lado social com os trabalhadores?, frisa, ao ressaltar que a direção do banco achou excelente a ideia de instalação de câmeras de alta definição ligadas à Central de Monitoramento Eletrônico da Polícia Militar do Estado.
?Banco do Brasil é a bola da vez?, diz sindicalista
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, José Ulisses, a iniciativa do Banco do Brasil em cumprir os itens da Lei 6168, é um passo largo dado para a diminuição do pânico no corpo funcional dos bancos e na sociedade. ?O Banco do Brasil é a bola da vez. Ele sempre foi e sempre será o alvo principal, isso porque ele está presente em mais de 70 cidades do Piauí?, coloca o presidente.
Os demais bancos, segundo o sindicato, parecem ter a certeza de que não serão alvos dos bandidos. Estes não estão preocupados e não se manifestam pelo cumprimento da lei. ?A lei é para todos, para todo o sistema financeiro, mas parece que os demais bancos não estão percebendo isso e só assistem a violência nas agências do Banco do Brasil?, acrescenta.
Quanto a instalação da blindagem, o presidente acredita que, diferentemente do posicionamento da direção do banco, ela irá dificultar ação das quadrilhas na hora de adentrarem na agência. O diretor de Políticas Sindicais, João Pedro, acredita que a blindagem vai diminuir o número de reféns e também que clientes e outras pessoas sejam vítimas de balas perdidas. ?Qualquer recuo na lei terá que ser provado que é inviável, como é o caso da blindagem?, finaliza.