Bebê que se afogou em berçário morre em hospital

Em julho, ele e mais uma menina se afogaram em berçário no Setor Serrina.

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O bebê Isaque Faleiros, de dois anos de idade, que se afogou em um berçário há quase dois meses em Goiânia, morreu por volta de 23h50 de quinta-feira (23) no Instituto Goiano de Pediatria (Igope). A informação foi confirmada, na manhã desta sexta-feira (24), pelo médico responsável pelo tratamento do menino, Henrique Gomide.

Segundo o médico o quadro da criança permaneceu grave durante todo o tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e uma sequência de complicações teria ocasionado a morte: ?Não tinha mais o que fazer, ele só estava vivendo por causa das drogas, que já estavam sendo usadas ao máximo. Desde o início ele estava grave, teve quadro de pneumonia, respirava por ventilação mecânica. Então, uma pessoa que fica todo esse tempo na água falta oxigênio no cérebro e daí decorre uma série de outros problemas?, explica Henrique Gomide.

De acordo com o médico, os pais estavam presentes no momento da morte: ?Às 23h10 eu liguei para eles e eles foram para o hospital?. O velório do bebê está sendo realizado no cemitério Jardim das Palmeiras e o sepultamento está previsto para as 13h desta sexta-feira.

Afogamento

No início de julho, Isaque e mais outro bebê, uma menina de 1 ano e nove meses, se afogaram na piscina de um berçário do Setor Serrinha. Durante todo esse tempo o menino ficou internado na UTI do Igope em estado grave. Após sete dias de internação no Hospital da Criança, a menina recebeu alta médica.

Inicialmente, as monitoras do local disseram que a menina havia caído primeiro e, posteriormente, Isaque. Porém, após o início das investigações, a Polícia Civil constatou que os dois caíram juntos e que houve negligência por parte dos funcionários, que deixaram a porta que dá acesso à piscina aberta.

Em depoimento, uma das monitoras afirmou à polícia que a porta já havia ficado aberta outras vezes. A mãe da menina também confirmou a versão quando foi prestar esclarecimentos na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Mesmo assim, a família afirmou que vai manter a menina no mesmo berçário.

Investigação

Após ouvir cinco pessoas, a delegada que investiga o caso, Renata Vieira, diz ter uma conclusão: "Funcionários e donos foram negligentes". Segundo ela, duas portas e um portão davam acesso à piscina. As três entradas estavam abertas na manhã do acidente.

O engenheiro Daniel Caixeta, filho da dona do berçário, afirmou que o acidente foi uma fatalidade: ?Estamos totalmente transtornados. Foi uma fatalidade inexplicável. Temos grades de segurança em volta da piscina, seguimos todas as normas do Corpo de Bombeiros. Aqui é tudo regularizado?.

Mesmo com a orientação de manter as grades de segurança fechadas, o engenheiro reconhece que houve falha. ?Só podia estar aberta [a grade de proteção da piscina]. É bastante frisado que as grades devem permanecer fechadas. Não sabemos quem deixou aberto, mas vamos apurar. É de nosso absoluto interesse saber quem é o responsável e resolver essa situação?, informou Daniel Caixeta.

As investigações são preliminares, já que não há inquérito aberto, visto que nenhum dos pais registrou ocorrência ou fizeram denúncia.

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