Saber apreciar o quanto a diferença é bela exige sensibilidade e no Dia Internacional da Síndrome de Down um novo olhar vem valorizando os portadores da síndrome que encantam a todos com a simplicidade do seu aprendizado. A síndrome de Down não é doença, mas sim uma ocorrência genética natural, por motivos ainda não esclarecidos.
O cromossomo a mais no par 21 traz limitações que podem ser contornadas com o acompanhamento necessário, afeto e convicção de que estas pessoas são capazes de estudar, trabalhar e ter uma vida produtiva se inserindo na sociedade Isso é nítido nas lentes do projeto ?Lente Eficiente?, já captou várias belas histórias de superação.
Algumas delas envolvem pessoas com síndrome de Down. Homenageando às pessoas com síndrome de Down, a fotógrafa Raíssa Moraes realizou ontem um ensaio com duas lindas meninas: Melissa Carvalho e Luana Yasmim. O primeiro ensaio com uma pessoa com síndrome de Down, Raíssa fez com Celeste Melo. Esta experiência abriu para ela um leque de sensações e reflexões.
Raíssa conviveu com Celeste e para ela recorda que na infância não havia diferença nenhuma nunca a tratou diferente das outras colegas. ?Depois das fotos refleti que deve ser por causa dela que o pojeto Lente Eficiente existe. Eu nunca a tratei como diferente. Crescemos juntas, brincando no mesmo quintal e com as mesmas pessoas. E também foi preciso criar esse laço de confiança, já que hoje ela não gosta muito de papo. Mas fiquei lá a manhã inteira conversando, brincando e clicando?, declara.
Para ela, os pais têm um entendimento diferente de o que é a Síndrome de Down. ?Hoje os pais acreditam no potencial dos seus filhos, e na minha opinião de leiga esse crédito é fundamental. Eles acreditam que seus filhos são capazes de ser o que quiser e lutam por isso. Eu sempre digo que o Lente Eficiente me salva, me traz paz e esperança de um mundo melhor?, afirma .
Giovanna Soares Brito é uma mãe que acredita no potencial da sua filha, Mariana de 10 anos de idade. Ela sempre tenta estimular a menina desde que nasceu. ?Desde que e Mariana nasceu nunca nos preocupamos com as coisas que ela não podia. É claro que tem que ter atenção especial?, explica a mãe.
Segundo a mãe, Mariana é bastante comunicativa e cativa a todos com seu carisma. ?Se envolve com as outras crianças normalmente. A questão social dela é bem resolvida. A dificuldade que ela tem é na fala. No primeiro momento não se entende o que ela está falando?, afirma.
Ela reconhece que a síndrome traz limitações, mas nada que impeça Mariana de progredir. ?Hoje ela tem 10 anos, mas a idade mental não é de 10, é de menos. Ela ainda não está alfabetizada, mas sabe escrever o seu nome. A questão tecnológica, é com ela mesmo. Mexe em tudo, tablet, celular... O notebook ela tem um pouco de dificuldade por causa do mouse?, observa Giovanna.
Mariana é bastante integrada com todos, mas a mãe recorda que já houve uma situação de preconceito quando a pequena fazia balé. Contudo o professor soube contornar. ?Quando fazia balé um pai falou para o professor de balé que a Mariana estava atrapalhando as outras.
O professor falou que se ele quisesse tirar a filha poderia, mas Mariana não sairia. A gente vê que o problema às vezes está nos pais e não nas crianças?, comenta Giovanna, acrescentando que o fato de a filha ter Down no balé sempre fez dela um destaque, já que ela sempre fazia o passo depois das colegas, chamando a atenção de todos que se encantavam com a habilidade da menina.
VISIBILIDADE
O Dia Internacional da Síndrome de Down dá visibilidade aos portadores e promove a inclusão. A data faz parte do calendário oficial de 193 países membros das Nações Unidas ? ONU. A data foi escolhida pela Associação Internacional, Down Syndrome International, em alusão aos três cromossomos no par de número 21 (21/3) possuídos pelas pessoas com síndrome de Down.