Bento XVI faz prosperar finanças do Vaticano

Bento XVI faz prosperar finanças do Vaticano

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O papa Bento 16 pode at? parecer menos carism?tico do que Jo?o Paulo II, mas para os tesoureiros do Vaticano ele tem toque de Midas com os fi?is.

Conforme reportagem de capa da revista italiana Espresso, publicada nesta sexta-feira, 27, o pont?fice alem?o n?o est? lotando apenas a Pra?a de S?o Pedro nas tradicionais audi?ncias das quartas-feiras e nas b?n??os do Angelus aos domingos, mas tamb?m o caixa do Vaticano.

Apesar dos esc?ndalos dos padres ped?filos nos Estados Unidos, as doa?es aumentaram durante o seu pontificado.

Com o t?tulo "Que Tesouro de Papa", a revista assinala que as doa?es dos fi?is cresceram 58% em 2006 em rela??o ao ano anterior, chegando a US$ 101,9 milh?es (cerca de R$ 193,6 milh?es).

"N?o tem esc?ndalo ped?filo. Nenhuma inger?ncia pol?tica que se pague. Nenhuma gafe no relacionamento com outras religi?es que se desconte. A realidade ? que Bento 16 administra uma igreja que financeiramente explode de sa?de", diz o texto.

Segundo o balan?o oficial, a Santa S? fechou 2006 com um super?vit de 2,4 milh?es de euros (cerca de R$ 6,2 milh?es), contra 9,7 milh?es de euros de 2005 (R$ 25 milh?es).

Mas o cardeal Sergio Sebastiani, respons?vel pela Prefeitura dos Assuntos Econ?micos do Vaticano, diz que esse dado n?o deve ser considerado isoladamente.

Segundo o cardeal, mais importante ? verificar que a Santa S? melhorou o desempenho de suas finan?as em v?rios setores, aumentando consideravelmente sua renda.

Sebastiani cita como exemplo as contribui?es feitas pelas confer?ncias episcopais, dioceses, institutos religiosos e fi?is de todo o mundo, que aumentaram 16,3% em rela??o ao ano anterior, totalizando 86 milh?es de euros.

As confer?ncias episcopais dos Estados Unidos, da Alemanha e da It?lia permanecem na lideran?a entre as que mais contribuem. De acordo com as informa?es do Vaticano, n?o foi registrada redu??o no volume das doa?es americanas em fun??o dos casos de pedofilia envolvendo padres cat?licos.

O setor imobili?rio tamb?m merece destaque. De acordo com o balan?o da Santa S?, o patrim?nio imobili?rio teve um lucro l?quido de 32,3 milh?es de euros, com 59,3 milh?es de euros de faturamento total.

Segundo a revista italiana, informa?es extra-oficias apontam que o patrim?nio do Vaticano est? avaliado em 450 milh?es de euros.

Com a renda do patrim?nio imobili?rio, a Santa S? consegue cobrir o preju?zo da R?dio Vaticana (23,8 milh?es em 2006) e do jornal oficial Osservatore Romano (4,4 milh?es de euros).

A Espresso tamb?m destaca, numa outra reportagem, os lucros com as vendas de livros da Livraria Editora Vaticana, considerada um caos na ?poca de Jo?o Paulo II.

Num texto assinado pelo vaticanista Sandro Magister e com o t?tulo "Sua Santidade o Bestseller", ? lembrado que um dos primeiros atos de Bento XVI em seu pontificado foi assinar um decreto dando ? editora a tutela de todos os direitos de autor e de todos os direitos exclusivos de utiliza??o econ?mica dos textos e documentos do papa.

Com a nova determina??o, nenhum dos textos de Bento XVI pode ser publicado sem um contrato, que, geralmente, estabelece uma taxa de 3% a 5% de direitos autorais sobre o pre?o de capa para as publica?es de homilias e discursos.

No final do pontificado de Jo?o Paulo II, circulavam com a sua assinatura, entre outros, 370 livros em l?ngua italiana, mais de mil em espanhol e 2.770 em ingl?s. Todos com milh?es de c?pias vendidas, sendo que apenas uma pequena parcela dos lucros retornava ao Vaticano sobre a forma de direitos autorais.

Com Bento XVI, tudo mudou. Pela publica??o de uma antologia de textos escrita pelo papa, a Livraria Editora Vaticana assume que pediu 15% sobre o pre?o de capa.

N?o ? revelado, no entanto, que percentual o Vaticano lucrar? com as vendas de Jesus de Nazar?, de Bento XVI, com difus?o prevista em mais de 20 milh?es de c?pias.

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