O pré-candidato democrata Bernie Sanders desistiu nesta quarta-feira (8) de concorrer à presidência dos EUA. O anúncio oficial ocorrerá em breve numa conferência on-line para seus apoiadores, porém a decisão de suspender a campanha já foi definida numa reunião interna de sua equipe e divulgada em e-mail. As informações são do G1.
Sanders já estava numa situação considerada praticamente irreversível na disputa das prévias do Partido Democrata contra Joe Biden, mas insistia em manter a campanha. Com a chegada da pandemia de coronavírus aos EUA, a disputa presidencial ficou em segundo plano e primárias em diferentes estados foram adiadas.
Enquanto os americanos se preocupavam mais e mais com a ameaça da Covid-19, a campanha de Sanders ficou restrita a algumas lives em redes sociais e aparições em programas de TV, já que já não era possível manter comícios presidenciais.
Com a desistência de Sanders, o caminho fica aberto para o moderado Biden, deixando o setor mais à esquerda dos democratas sem representante na corrida eleitoral.O senador transmitiu um pronunciamento em que falou sobre sua desistência. Ele agradeceu aos apoiadores, aos doadores, às pessoas que doaram e aos que contribuíram.
Em seguida, disse que algumas das ideias que ele preconiza passaram a ser mais aceitas. Entre elas, listou o aumento do salário mínimo nos EUA, o barateamento do ensino superior e, principalmente, um sistema de saúde pública.
"Essa crise horrível [de Covid-19] expôs a todos como é absurdo o nosso sistema", ele afirmou.
Nos EUA, o serviço de saúde pública funciona somente para pessoas muito pobres –a maior parte da população precisa ter um plano de saúde que cubra custos médicos.
"Nós sempre acreditamos que serviço de saúde é um direito humano, e não um benefício para pessoas empregadas", ele disse.
Joe Biden
"Eu gostaria de dar melhores notícias, mas vocês sabem da verdade, estamos atrás do vice-presidente Joe Biden, e o caminho para a vitória é virtualmente impossível", afirmou Sanders.
Em seu discurso, o senador afirmou que Biden é um homem muito decente, com quem ele, Sanders, vai trabalhar. "Estaremos unidos para derrotar Trump, o presidente mais perigoso que essa nação já teve", disse.