A rotina voltou a ser aquela que imaginava ter outra vez quando observava a movimentação nas ruas pela janela do hospital. Quando o biólogo deu entrada na UTI, ele estava com 73 quilos. Saiu com 42 e se locomovendo com a ajuda de uma cadeira de rodas.
Durante o tratamento, que ainda é realizado, o paulista, de 39 anos, dependia de outras pessoas para beber água ou até mesmo ir ao banheiro. Foram dias intensos com sessões de fisioterapia e atenção diária sob os cuidados de um enfermeiro.
"Minha mãe se emociona a cada passo. Meus irmãos e meu pai também. Agora que estou revendo as pessoas, vou ao cinema e até saio tomar açaí", diz.
Após uma intensa recuperação, o peso corporal voltou a ser o mesmo com visitas diárias à academia.
"Eu estava psicologicamente abalado e foi incrível quando cheguei em casa e comecei a engordar. O tratamento é totalmente com estímulo, comecei com um quilo na academia e agora já estou levantando quatro", comemora.
Sonho interrompido
A doença surgiu durante os trabalhos de coleta de informações para o doutorado, em Maceió (AL). A síndrome interrompeu, naquele o momento, o sonho do diploma, que está sendo retomado aos poucos.
"Vou terminar o que comecei quando estiver 100%. Vou ser doutor, é isso que eu quero", afirma o biólogo, que também acumula na carreira picadas de cobra e uma dengue superadas.
'Tetraplégico'
Nos dias em que os primeiros sintomas surgiram, Nelson foi ao médico e chegou a apresentar melhora. Ele aproveitou a oportunidade para voltar a Sorocaba e, ainda no aeroporto, se deparou com as pernas travadas.
"Eu estava sozinho e achei estranha aquela dor, achava que era nervo ciático. Cheguei em casa e nem me preocupei muito."
Ele foi internado e passou 31 dias no hospital, sendo cinco na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
"Foi tudo muito conturbado e espero um dia ajudar as pessoas com o que eu passei, com a minha experiência. Ainda não sei como, mas vou", finaliza.