Elvis Presley, o Rei do Rock, era uma personalidade muito excêntrica e isso pode ser comprovado com a sensacional história de um BMW 507 Roadster que lhe pertenceu. Em 1958, quando servia o Exército dos Estados Unidos em uma base na antiga Alemanha Ocidental, Elvis comprou um exemplar do esportivo alemão que já tinha vivido de tudo.
O 507 comprado pelo astro do rock foi fabricado sobre o chassi 70079. Na época, o modelo custava 26.500 marcos alemães, o equivalente a cerca de 340 mil euros (pouco mais R$ 1 milhão) na conversão atual. Assim que deixou a fábrica, em 1957, o conversível foi exibido no Salão do Automóvel de Frankfurt (Alemanha). Sem conseguir vender aquele carro durante o evento, a BMW transferiu o veículo para a sua frota de imprensa. O modelo chegou a ser utilizado pela revista Auto, Motor und Sport em um comparativo com o Mercedes-Benz 300 SLR.
Como as vendas não emplacavam, por se tratar de um carro caro, a fabricante alemã contratou o ex-piloto Hans Stuck para dirigir o veículo na corrida Schauinsland-Rennen para demonstrar todo o seu potencial. Huns também foi convidado a mostrar o carro para clientes potenciais, como o Rei da Bélgica.
Elvis teria visto o 507 pela primeira vez na pista de Montlhéry, ao sul de Paris, em 1958. Em dezembro daquele ano, já em Frankfurt, o cantor comprou o veículo por US$ 3.750. Desgastado pelo tempo em que ficou na frota de imprensa, o roadster foi equipado com uma nova transmissão manual de quatro velocidades e um novo para-brisa. O motor, um 3.2 V8, passou por um processo de recuperação para voltar a extrair o potencial dos 150 cv.
Reza a lenda que, cansado das mulheres usarem batom vermelho para escrever o número de telefone ou endereço na lataria branca, Elvis pediu para pintarem o carro de vermelho Porsche. Quando terminou o serviço militar, o cantor não pretendia levar o carro para os Estados Unidos, mas o exército americano acabou mandando o veículo para a sua casa em 1960.
Até 1962 não se sabe o que foi feito do 507, mas um sujeito chamado Tommy Charles comprou o veículo em Nova Iorque. Charles levou o 507 para o estado do Alabama e o equipou com um motor V8 de origem Ford ou Chevrolet (não há dados que confirmem a procedência do propulsor), transmissão Borg-Warner e eixo traseiro da General Motors. Com essas configurações, o esportivo foi introduzido em eventos de arrancadas.
Seis anos depois, o chassis 70079 apareceu à venda no Arizona. Um engenheiro chamado Jack Castor o comprou com a intenção de restaurá-lo, mas acabou deixando-o largado em um armazém ao lado de outros clássicos.
Mas o 507 voltará aos seus tempos áureos, tudo graças a BMW. No inicio de julho, a marca alemã retirou o carro da casa de Castor, na Califórnia, e o levou para a sua sede em Munique, na Alemanha. Após um breve período de exibição no museu da fabricante, o carro será completamente restaurado. O processo poderá levar até dois anos.