Dezenas de bois de uma fazenda em Maringá, no norte do Paraná, já não têm a mínima força para se levantar. Alguns deles apenas observam, rodeados por moscas, a carcaça de outros, mortos pela fome e pela sede. As pernas, secas, não conseguem se erguer. A situação de abandono, encontrada pela Polícia Militar Ambiental na terça-feira (14), foi denunciada ao Ministério Público (MP-PR).
Além do pasto seco pela falta de chuva na região, não há quase nenhuma comida para o gado. De acordo com a polícia, cerca de 400 animais estão praticamente sem comida e bem machucados, vítimas de maus-tratos.
O dono da fazenda alegou à polícia que não comprou alimentação suplementar porque acreditou que o ano seria de muita chuva — o que não aconteceu. Ele foi indiciado por maus-tratos a animais. Se condenado, a pena varia de 3 meses a um ano, além de multa. O suspeito deverá comparecer ao Ministério Público no dia 15 de novembro para esclarecer o que ocorreu, de acordo com a Polícia Ambiental.
"Envolvendo essa quantidade de animais, é inusitado. É mais comum com cachorros, gatos, animais pequeno porte. Mas, nessa quantidade, envolvendo bovinos, é uma surpresa para nós", supreende-se o subtenente Clailton Compadre, responsável pela operação.
O dono da fazenda ainda disse à polícia que quem é o responsável pelas cabeças de gado é um funcionário dele. O fazendeiro afirmou que não vai à propriedade com frequência e, por isso, não sabia da situação. Ele não quis comentar o assunto.
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