Bolívia processará revista “Veja” por reportagem sobre drogas

Revista apontou o envolvimento do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, com um narcotraficante brasileiro

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O governo boliviano anunciou nesta segunda-feira que processará a revista Veja, que em uma de suas últimas publicações, reproduzida pela imprensa boliviana, apontou o envolvimento do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, com um narcotraficante brasileiro.

"O governo anunciou a sua decisão de processar a revista Veja para que prove as afirmações contidas em um artigo que consideramos infamantes contra autoridades do governo", afirmou a ministra de Comunicação, Amanda Dávila, segundo o portal de notícias governamental.

O Ministério da Comunicação ressaltou que a Veja publicou um artigo que "envolve o ministro da Presidência boliviana, Juan Ramón Quintana, e a diretora da Agência para o Desenvolvimento das Macrorregiões e Zonas Fronteiriças (Ademaf) em Beni, Jessica Jordán, com o convicto narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado Munhoz Filho".

A revista brasileira indicou - baseada em supostos relatórios de inteligência da Polícia boliviana não identificados - que Dorado Munhoz Filho havia se reunido com Quintana em 2010 na cidade boliviana de Santa Cruz (leste) quando este era diretor da Ademaf, e com Jordán, diretora da Ademaf na região amazônica de Beni.

O ministério indicou que "o governo do presidente Evo Morales iniciou um processo judicial para que a Veja mostre as provas que a levaram a vincular Quintana e Jordán ao narcotráfico no Brasil".

Quintana, colaborador próximo do presidente Evo Morales, até agora não fez comentários a respeito. Segundo dados das Nações Unidas, a Bolívia é o terceiro produtor mundial de cocaína, depois de Peru e Colômbia, e boa parte de sua produção chega aos mercados brasileiros e europeus.

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