Na quarta-feira (26), a presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, anunciou a possibilidade de pagamento de benefícios sociais e trabalhistas através do real digital. O real digital é a criptomoeda oficial criada por empresas autorizadas pelo Banco Central (BC). A instituição bancária lançou um consórcio com o objetivo de desenvolver produtos e soluções que permitam a utilização do sistema digital para esse propósito.
“Dá para pensar em pagar benefícios sociais e trabalhistas com moeda tokenizada [moeda convertida em ativos digitais] no futuro”, afirmou Serrano. Segundo ela, o banco pretende aproveitar o real digital para mesclar digitalização financeira e inclusão social. “A Caixa está em 99% dos municípios brasileiros e tem 155 milhões de clientes. É um grande celeiro para testar soluções”, acrescentou a presidenta.
Na quarta, a Caixa lançou um consórcio com a bandeira de cartões de crédito Elo e a Microsoft para o projeto-piloto do real digital. “Embora a Caixa pudesse desenvolver o projeto sozinha, isso levaria mais tempo”, disse o vice-presidente de Finanças do banco, Marcos Brasiliano Rosa. Segundo ele, a Elo permitirá o desenvolvimento de opções de criptoativos com pagamento em parcelas, como ocorre com a fatura do cartão de crédito, e a Microsoft entrará com a experiência tecnológica, ajudando a acelerar a implementação da criptomoeda oficial.
A tokenização refere-se à representação digital de um bem ou produto financeiro, simplificando as transações em ambientes virtuais. Através de códigos com requisitos, regras e processos de identificação, é possível adquirir e negociar ativos (ou partes deles) em plataformas digitais. Embora em fase de testes desde março, a previsão é que o real digital só esteja acessível ao público no final de 2024.
Segundo o vice-presidente de Serviços Financeiros da Microsoft Brasil, Júlio Gomes, um dos produtos a serem desenvolvidos pelo consórcio será a compra de imóveis pelo real digital. O processo funcionaria como um Pix para a aquisição e o pagamento de prestações da casa própria. “A principal contribuição desse processo seria aumentar a velocidade e reduzir o custo dos financiamentos habitacionais”, declarou.
(Com informações da Agência Brasil)