O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) causou polêmica nesta terça-feira (9) ao dizer à deputada Maria do Rosário (PT-RS), durante discurso no plenário da Câmara, que não a estupraria porque ela "não merece".
O ataque ocorreu quando Maria do Rosário, ex-ministra dos Direitos Humanos e desafeta de Bolsonaro, deixava o recinto. "Fica aí, Mária do Rosário. Há poucos dias tu me chamou de estuprador no salão verde e eu falei que não iria estuprar você porque você não merece. Fica aqui para ouvir”, disse Bolsonaro.
Em seguida, o deputado prosseguiu com o discurso, em que fez outros ataques à deputada e à presidente Dilma Rousseff. Minutos antes, Maria do Rosário havia discursado em defesa da punição a militares que cometeram crimes durante a Ditadura.
Bolsonaro afirmou que a ex-ministra dos Direitos Humanos é “mentirosa, deslavada e covarde” e disse que Maria do Rosário deixou o plenário para não ouvir acusações contra o governo de Dilma Rousseff, segundo ele um governo “canalha, comunista, covarde, ladrão, ditatorial e corrupto".
O deputado afirmou que o governo Dilma está trazendo para o Brasil a “escória do mundo” ao facilitar a entrada de haitianos, contratar médicos cubanos e permitir que iranianos não precisem de visto para visitar o país.
A fala de Bolsonaro era uma resposta ao discurso de Maria do Rosário, que aproveitava o dia internacional dos Direitos Humanos, para criticar os crimes cometidos pela Ditadura Militar. De acordo com o deputado carioca, a data marca, na verdade, o Dia Internacional da Vagabundagem. "Direitos Humanos no Brasil só defende bandido, estupradores, sequestradores e até corruptos", disse ele.
Esta não é a primeira vez que Jair Bolsonaro usa palavras duras contra a deputada gaúcha Maria do Rosário. Em 2003, em uma discussão no Salão Verde da Câmara, Bolsonaro disse a frase que repetiu hoje no plenário: “Não estupro você porque você não merece”, afirmou ele, para em seguida empurrar a deputada, apontar-lhe o dedo na cara e chamar Maria do Rosário de vagabunda.