Bolsonaro quer baixar para 60 anos a idade para mulher se aposentar

É a 1ª vez que o presidente fala na possibilidade de reduzir a idade mínima após entregar a proposta ao Congresso

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou que está disposto a negociar alguns pontos da reforma da Previdência, entre eles baixar a idade mínima para aposentadoria das mulheres de 62 para 60 anos. É a primeira vez que o presidente fala na possibilidade de reduzir a idade mínima após entregar a proposta ao Congresso Nacional.

Bolsonaro também afirmou que pode fazer concessões no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é pago para idosos e deficientes de baixa renda, e na porcentagem da pensão por morte, que poderia passar de 60% para 70%.

"Eu acho que dá para cortar um pouco de gordura e chegar a um bom termo, o que não pode é continuar como está [o déficit na Previdência]", disse.

"Eu acho que dá para cortar um pouco de gordura e chegar a um bom termo, o que não pode é continuar como está [o déficit na Previdência]", disse.

As declarações foram feitas durante um café da manhã com jornalistas de 13 veículos, entre eles o UOL. Não foi permitido gravar o encontro. Segundo assessores, o evento foi um gesto de aproximação com a imprensa solicitado pelo próprio presidente. Durante a conversa, Bolsonaro falou sobre a importância da imprensa para o processo democrático.

Apesar de se dizer disposto a negociar, o presidente declarou que a essência do projeto não pode ser modificada. Para ressaltar a importância de aprovar a proposta, ele afirmou que, sem ela, haverá muitas consequências negativas para o país, como alta do dólar, queda da Bolsa de Valores, suspensão de pagamento a servidores e enfraquecimento do governo.

"Há interesse de todo mundo em aprovar. O Brasil pode entrar em uma situação muito complicada", disse. "Muita coisa vai ser atenuada aí, mas não vai desfigurar a alma da proposta. E tem que haver [a reforma]. Não queremos passar pelo que a Grécia passou, ou Portugal."

O presidente lamentou o episódio do vazamento de áudios de suas conversas com o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, demitido neste mês, e afirmou que seus filhos não mandam no governo.

"Nenhum filho meu manda no governo, não existe isso", disse Bolsonaro.

Bolsonaro afirmou que declarações públicas de seu filho Carlos Bolsonaro que possam ter relação com o governo agora passam por sua aprovação. "Tudo passou a ter um filtro da minha parte", disse. 

"Lamento o ocorrido, mas não poderia ter tomado outra decisão", afirmou Bolsonaro ao ser questionado sobre como se sentia em relação a Bebianno.  O presidente comparou o fim da relação com Bebianno ao fim de um casamento. 

Bolsonaro participa de café da manhã com jornalistas Foto: Marcos Corrêa/Presidência 

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