O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (11) que o médico anestesista que estuprou uma mulher grávida que passava por uma cesariana deveria “apodrecer para sempre na cadeia”.
No Twitter, Bolsonaro afirmou que a legislação brasileira deveria permitir a prisão perpétua e que o médico não deveria ter privilégios.
“É extremamente lamentável que a nossa Constituição não permita sequer que o maldito estuprador que abusou de uma paciente grávida anestesiada no RJ apodreça para sempre na cadeia, sem nenhum tipo de privilégio. Direitos humanos é para a vítima, esse vagabundo que se exploda!”
Polícia investiga se anestesista estuprou outras grávidas no mesmo dia
A polícia investiga se Giovanni Quintella Bezerra, médico anestesista preso por estuprar uma paciente grávida durante a cesariana, também estuprou outras duas mães que tiveram seus bebês no dia do flagrante - o médico foi gravado em um vídeo pela equipe de enfermagem que desconfiava que ele vinha praticando os crimes.
A suspeita dos investigadores partiu de relatos das testemunhas da equipe de enfermagem do Hospital da Mulher de São João de Meriti que desconfiaram do comportamento de Giovanni por isso tomaram a decisão de gravar o próximo parto, já que nas salas dos dois primeiros a filmagem não foi possível.
Entre as posturas que causaram estranhamento já nos primeiros partos estão:
Primeiro parto: 'cabana' para ocultar a paciente da cabeça para cima
Uma testemunha afirmou que o anestesista usou na primeira cesariana do domingo (10) um capote fazendo uma cabana que impedia que qualquer outra pessoa pudesse visualizar a paciente do pescoço para cima. A enfermeira conta que jamais havia presenciado algo semelhante, já que os anestesistas se posicionam em lugar oposto, permitindo assim que todos da equipe possam observar as pacientes do pescoço para cima. Além da testemunha, outros três técnicos de enfermagem também presenciaram o fato e acharam a atitude bastante estranha.
No segundo parto, o anestesista improvisou o próprio capote para obstruir a visão.
As testemunhas relatam que já desconfiavam os movimentos do médico, com essa proteção para tentar obstruir a visão do paciente.
Sedação além do normal; 'Também quer?, disse anestesista para auxiliar
Um dos integrantes da equipe de enfermagem narrou em depoimento que Giovanni "arrumava seu espaço de trabalho de forma a criar barreiras que impediam a visão de todos os outros profissionais ali presentes, e ainda sedava as pacientes além do normal, deixando as mesmas inconscientes durante os procedimentos cirúrgicos, que eram os partos, tudo isso bem diferente de como atuavam outros médicos anestesistas".
A testemunha também percebeu que a paciente estava completamente sedada e "tal sedação não era de comum realização entre os profissionais da anestesia, pois o hospital preza pelo parto humanizado, e orienta para que tão logo o procedimento cirúrgico termine, as pacientes já estejam prontas para receberem os recém nascidos para a amamentação, e com a sedação, isso fica praticamente impossível"
Quando um membro da equipe questionou o anestesista sobre o excesso de sedação, segundo o depoimento, ele teria respondido: 'Porquê? Você também quer?'.
Pedido para retirar o marido
Na segunda cirurgia do domingo, uma testemunha conta que a profissional que estava presente afirmou que também estava desconfiada sobre comportamento do anestesista. Ela relatou que o médico tinha mandado retirar o acompanhante da paciente.
O marido de uma das grávidas atendidas no domingo prestou depoimento e corroborou o relato.
Flagrante de ereção
Uma testemunha conta que, nesse parto, houve um descolamento da placa de bisturi, o que ocasiona um alarme até que a placa seja novamente aderida à pele da paciente. No momento em que foi ajudar a resolver o problema, a auxiliar reparou que Giovanni estava próximo da cabeça da paciente com seu pênis rígido e ereto, por baixo da roupa, e tentou cobrir com seu casaco cirúrgico.
O vídeo
No vídeo do flagrante, a paciente está deitada na maca, inconsciente. Do lado esquerdo do lençol, a equipe cirúrgica do hospital começa a cesariana. Enquanto isso, do lado direito do lençol, a menos de um metro de distância dos colegas, Giovanni abre o zíper da calça, puxa o pênis para fora e o introduz na boca da grávida.
A violência dura 10 minutos. Enquanto abusa da gestante, o anestesista tenta se movimentar pouco para que ninguém na sala perceba. Quando termina, pega um lenço de papel e limpa a vítima para esconder os vestígios do crime.
Giovanni foi levado para o presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, no início da tarde desta segunda-feira (11).
A audiência de custódia do médico será realizada nesta terça-feira, no período das 13h às 18h, segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.