Os bombeiros localizaram, na manhã deste sábado (19), o corpo de mais uma vítima do desabamento do Edifício Andrea, no Bairro Dionísio Torres, área nobre de Fortaleza. Com isso, subiu para oito o número de mortes confirmadas na tragédia.
O corpo resgatado nesta manhã foi o de José Eriverton Laurentino Araújo, de 39 anos, cuidador dos idosos Vicente de Paula e Izaura Marques Menezes, ambos também mortos no desastre. Por volta das 10h40, um carro da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) chegou ao local do desmoronamento. Logo em seguida, os agentes recolheram o corpo em direção à sede da Pefoce.
Desta forma, somente a síndica do prédio, Maria das Graças Rodrigues, de 53 anos, ainda é tratada como desaparecida. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Eduardo Holanda, afirmou que ainda há esperanças de encontrá-la viva, mas dentro da técnica e experiência dos bombeiros, classifica as chances como remotas.
O que se sabe até agora
- Edifício Andrea desabou às 10h28 do dia 15 de outubro
- Até a última atualização desta reportagem, havia 8 mortos, 7 resgatados com vida e uma pessoa desaparecida
- O prédio ficava no cruzamento na Rua Tibúrcio Cavalcante com Rua Tomás Acioli, a cerca de três quilômetros da Praia de Iracema, região turística da capital cearense
- A prefeitura disse que a construção do prédio foi feita de maneira irregular e ele não existia oficialmente, mas o G1 localizou o registro do imóvel em um cartório da capital: a existência do edifício é conhecida desde 1982
- Testemunhas contaram que o edifício estava em obras
- Vídeo mostra que as colunas de sustentação estavam com situação precária
- Ruas no entorno do edifício foram bloqueadas e sete imóveis próximos ao local do desabamento foram interditados
- O engenheiro técnico apontado como responsável por reforma no edifício esclareceu à polícia que começaria as obras no prédio no último dia 15 de outubro, data em que a edificação desabou.
Falhas na estrutura
A síndica do edifício solicitou, um mês antes do desabamento, um orçamento para recuperação estrutural. Maria das Graças Rodrigues, de 53 anos, que continua desaparecida entre os escombros, havia entrado em contato com a CAC Engenharia por meio de telefone. No dia de 19 de setembro, a vistoria técnica da empresa detectou pelo menos 135 pontos com falhas estruturais na área do pilotis.
O número foi repassado ao G1 por Alberto Cunha, engenheiro e presidente da empresa. O orçamento pedido pela síndica foi entregue no último dia 30, mas a proposta foi recusada dois dias depois, porque uma concorrente ofereceu o serviço com menor custo.
Durante a visita técnica, eles diagnosticaram rachaduras nos pilares, concreto soltando da armação e ferros soltos. Na casa de bomba, onde é feito o transporte da água da cisterna para a caixa, Alberto Cunha revela que o ambiente concentrava a maior parte das falhas.