Bombeiros voltam atrás e dizem que 44 não foram localizados em SP

Número chegou a ser reduzido para 29, mas corporação voltou atrás

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Atualizado às 10h40

Acidente doméstico é principal hipótese em prédio, diz secretário

Um acidente doméstico é a principal hipótese levantada para explicar o incêndio que fez com que o prédio desabasse no Largo da Paissandu na madrugada desta terça-feira (1º), segundo secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Mágino Alves. Ele foi ao local do acidente, no Centro de São Paulo, na manhã desta quarta (2).

“A primeira linha de investigação é que foi provavelmente um acidente doméstico. É o que se fala até agora. Uma briga de casal também ocorreu. Mas parece que também ocorreu um acidente doméstico. Parece que uma explosão de botijão ou de uma panela de pressão. Isso vai ser apurado no seu devido tempo”, disse Mágino.

Peritos do Instituto de Criminalística de São Paulo analisam dois botijões de gás encontrados nos escombros do prédio que pegou fogo. Segundo os peritos do IC, um laudo será feito a partir da análise dos objetos e destroços encontrados para se chegar as prováveis causas do incêndio.

O delegado seccional do Centro de São Paulo, Marco Antônio de Paula Santos, disse que o 3º Distrito Policial instaurou inquérito para a Polícia Civil investigar as causas e eventuais responsabilidades pelo incêndio que resultou no desabamento do prédio. Segundo ele, existe a possibilidade de a Polícia Federal avocar a investigação pelo fato de o prédio ser do governo federal.

O capitão Marcos Palumbo, porta voz dos bombeiros, disse que outras hipóteses serão apuradas, como curto-circuito, por exemplo. “A única certeza até agora que temos é a de houve um incêndio e só análises aprofundadas dirão o que causou”, disse Palumbo.

Bombeiros voltam atrás e dizem que 44 não foram localizados em SP

O Corpo de Bombeiros voltou atrás na manhã desta quarta-feira (2), e manteve em 44 o número de moradores ainda não localizados após o desabamento do prédio no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo. Durante a madrugada, a corporação havia informado que o número tinha sido reduzido para 29.

Dentre essas pessoas, há uma desaparecida: trata-se de um homem que estava sendo resgatado por bombeiros no momento da queda do prédio. Também não há informação sobre possíveis mortos.

Ainda de acordo com o major Max Schroeder, o trabalho vai ser concentrar em três frentes: o rescaldo e o resfriamento do local para evitar outros focos de incêndio, as buscas pelo desaparecido e a liberação de algumas vias da região. Uma retroescavadeira estava sendo usada para retirar alguns escombros do local.

Os bombeiros devem levar 48 horas para começar a mexer na estrutura do edifício, e a estimativa é que os trabalhos no local durem ao menos uma semana. As equipes de resgate vão usar nas buscas câmeras que detectam calor instaladas em drones. A câmera térmica é capaz de separar o calor da pele humana e detectar pessoa com sobrevida.

O prédio era ocupado por 372 pessoas, de 146 famílias, segundo o Corpo de Bombeiros. Dessas, 44 pessoas ainda não foram localizadas – o que não significa necessariamente que todas estivessem no prédio. De acordo com a prefeitura, 320 pessoas foram cadastradas como desabrigadas após o desabamento e 40 delas buscaram atendimento na assistência social.

MP investiga

Após o desabamento, o Ministério Público de São Paulo reabriu a investigação sobre as condições estruturais do prédio. A promotoria de Habitação e Urbanismo chegou a pedir, em 16 de março deste ano, o arquivamento do inquérito após a Defesa Civil vistoriar o prédio de 24 andares e afirmar que não havia risco estrutural na edificação.

O arquivamento havia sido pedido pelo promotor Marcus Vinicius Monteiro dos Santos. No documento, ele mencionava que "não foram constatadas anomalias que implicassem riscos naquela edificação, embora a instalação elétrica estivesse em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio".

A Defesa Civil fará vistoria em 70 imóveis ocupados em São Paulo para saber em que condição estão. O presidente Michel Temer descreveu a situação como "dramática".

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