Verão no Brasil é quase sinônimo de cerveja e carnaval, e a indústria de bebidas parece atenta a essa associação. No ano passado, batemos o recorde de produção de litros de cerveja (lata e vidro retornável). Foram mais de 13,6 bilhões de litros, marca que superou o registrado em 2010, último dado da série histórica. Com relação a 2013, o aumento foi de quase 21%.
A produção de cerveja é sempre mais forte nos meses que antecedem aqueles com maior calor, considerando a média de 2010-2014. A produção mês acelera a partir de setembro e atinge a máxima em dezembro, mês que antecede a fase mais quente de janeiro a março, quase sempre também período de carnaval. Esse é o período que a produção de dezembro chega ao consumidor final.
Pelos dados disponíveis na Receita Federal, existe uma associação entre a produção média e a alta das temperaturas. Quando comparamos a temperatura média histórica da cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, com a produção de cerveja no Sudeste (2014), é possível observar que, apesar dos poucos dados históricos,na maioria das vezes, quando há um aumento da temperatura média, a produção de cerveja também sobe. E aqui tem um detalhe. A associação é mais forte considerando a produção de um mês em relação à temperatura média do mês seguinte (veja no gráfico). É como se a indústria procurasse se antecipar ao calor na cidade. Quando feito o teste com produção do mês e a temperatura média no próprio mês, a correlação cai um pouco, mas mesmo assim, é considerável (0,51, considerando a escala de 0 a 1)