Washington, 12 abr (EFE).- O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, assinaram hoje um acordo militar entre os dois países para facilitar a compra de equipamentos e os contatos entre suas Forças Armadas.
"Este acordo levará ao aprofundamento da cooperação em defesa entre Estados Unidos e Brasil em todos os níveis", disse Gates após a cerimônia, que teve lugar no Pentágono.
O Governo brasileiro enfatizou que o pacto não contempla o uso de nenhuma base militar no Brasil por parte das Forças Armadas americanas, como alguns veículos de imprensa latino-americanos chegaram a especular, comparando o acordo assinado no ano passado entre EUA e Colômbia.
Em entrevista coletiva concedida na residência do embaixador brasileiro em Washington, Mauro Vieira, Jobim enfatizou que o acordo não viola "em absoluto" os princípios de soberania e de não-intervenção nos assuntos de outro país.
O ministro disse que o novo pacto "ajudará" a Embraer em uma licitação convocada pelo Governo americano, mas esclareceu que o acordo "não se destina a isso".
O Pentágono quer adquirir 100 aeronaves agora e tem a intenção de comprar mais de 100 em uma segunda fase.
Com o acordo, o Departamento de Defesa americano poderia decidir pôr fim à licitação internacional e adquirir diretamente os Super Tucano da Embraer, afirmou Jobim.
A americana Boeing participa da licitação para fornecer novos caças ao Brasil, mas Jobim deixou clara na semana passada sua preferência pelos Rafale, fabricados na França.
O ministro disse a Gates na reunião de hoje que apresentará no final deste mês sua recomendação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na terça-feira se reunirá com seu colega francês, Nicolas Sarkozy, em Washington.
Além de facilitar a compra e venda de armamento, o pacto assinado hoje por Brasil e EUA incentiva a cooperação no desenvolvimento de tecnologia de defesa, a realização de exercícios militares conjuntos e o intercâmbio de estudantes e instrutores.
"Acho que a cooperação de defesa entre Estados Unidos e Brasil estabelece um exemplo importante, uma aliança que oferece um modelo transparente e positivo para todo o continente", disse Gates. EFE