O Brasil abriga uma população humana de 203 milhões de habitantes, concentrada principalmente nas capitais e grandes centros urbanos. No entanto, essa cifra é significativamente superada pela quantidade de animais criados em fazendas para atender tanto a demanda interna como a de outros países, atingindo a impressionante marca de 1,9 bilhão de animais. A reportagem é de Gabriel Croquer do portal g1.
É o que mostra a mais recente Pesquisa da Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os principais componentes desse rebanho bilionário são bois, vacas, galinhas e frangos, totalizando 1,8 bilhão de cabeças. Esse número é aproximadamente nove vezes maior que a população humana do Brasil e supera a população de qualquer país do mundo.
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OUTROS REBANHOS
Além dos rebanhos de bovinos, galinhas e frangos, o Brasil também mantém rebanhos substanciais de suínos, ovelhas, codornas e cabras, que são numericamente maiores do que a população de todos os municípios brasileiros. A cidade mais populosa do país, São Paulo (SP), com seus 11,4 milhões de habitantes, é uma exceção, tendo mais residentes do que apenas os rebanhos de búfalos e cavalos.
E ainda tem muito mais animal que a gente não imagina que é criado em fazenda. De bichos mais óbvios, como peixes e abelhas, tão numerosos que é impossível de calcular quantos existem, até outras populações bem menores, de rãs e jacarés.
AQUECIMENTO GLOBAL
Contudo, é importante notar que a pecuária é reconhecida como uma das principais causadoras do aquecimento global. O Observatório do Clima relatou que, em 2021, a produção e distribuição de alimentos foram responsáveis por uma parcela significativa, ou seja, 73,7% das emissões de gases poluentes no Brasil. Dessas emissões, a cadeia de carne bovina sozinha representou 57,2% do total.
Dentro do conjunto de 1,8 bilhão de toneladas de gases liberados devido à produção e distribuição de alimentos no país naquele ano, a maior fatia (56,3%) originou-se do desmatamento realizado para transformar terras em pastagens para o gado, que resulta na emissão de dióxido de carbono (CO2). Ademais, cerca de 33,7% dessas emissões foram atribuídas à agropecuária em si, em grande parte devido aos impactos do "arroto do boi" e ao manejo dos dejetos, com a liberação do gás metano.