Um homem da cidade de Poço Fundo, em Minas Gerais, foi preso nesta semana no estado de Massachusetts, nos Estados Unidos, por estar foragido da justiça desde o ano de 2008 após ser condenado por estupro no ano de 2004.. A defesa de Flávio Andrade Prado Júnior, de 40 anos, nega o crime. As informações são do G1.
Na época do crime, aos 25 anos, Flávio já tinha uma condenação por furto e recorria em liberdade. A situação ocorreu quando ele ainda morava em Poço Fundo, cidade do Sul de Minas com aproximadamente 16 mil habitantes.
Na madrugada de 18 de dezembro de 2004, segundo com as investigações, Flávio ofereceu carona para duas amigas que estavam em um bar na cidade. Após elas aceitarem, ele deixou uma delas em casa e seguiu com a outra até uma estrada de terra, onde parou. A mulher, então com 21 anos, tentou abrir a porta do carro para ir embora à pé, mas Flávio não deixou. A vítima contou que ficou desesperada, mas ele prendeu os braços dela e a estuprou dentro do veículo. “Nós tivemos conhecimento do paradeiro dele no estado de São Paulo. Realizamos diligência, o localizamos e prendemos o Flávio lá em São Paulo”, diz o delegado Flávio Destro.
O exame médico legal realizado logo depois constatou as lesões no corpo da moça, indicando a prática sexual. Mas, antes que fosse preso, Flávio fugiu.
A fuga
Flávio foi condenado pelo crime em 2006 e chegou a cumprir parte da pena. Mas em dezembro de 2007, quando já estava no regime semiaberto, ele saiu da cadeia e não apareceu mais. Em maio de 2008, foi considerado foragido da Justiça.
A suspeita é que Flávio tenha atravessado a fronteira com o México a pé. Lá se tornou um imigrante ilegal, escondendo o seu passado e fugindo da Justiça brasileira.
O Fantástico localizou Flávio em fevereiro, vivendo tranquilamente em uma casa na cidade de Brockton, em Massachussets. Ele morava com a mulher, que é americana, e com os dois filhos que teve com ela.
Acusado levava vida normal nos EUA — Foto: Reprodução/EPTV
Nos Estados Unidos, Flávio virou empresário, trabalhando com reformas de casas. Mesmo sendo procurado até pela Interpol, ele não se preocupava com o anonimato e publicava vídeos e fotos da família e do trabalho. Sequer trocou de nome nas redes sociais.
Prisão
O trabalho dos investigadores prosseguiu e, na quinta-feira (25), Flávio foi preso nos EUA depois de 11 anos vivendo na clandestinidade. Ele está preso a cerca de 60 km de onde vivia, em uma cadeia também em Massachussets e deve ser ouvido em breve por um juiz federal, podendo ser extraditado.
A defesa diz que Flávio nega o estupro, mas admite que agora ele deve ter que cumprir o resto da pena no Brasil mesmo.
“Um sujeito que trabalha, tem uma esposa, que tem filhos e que mostra que o passado está lá atrás. Que está ressocializado, que o tempo que ele ficou preso sob a tutela do Estado, do sistema prisional, aquilo ali trouxe para ele um caráter pedagógico, que ele está totalmente ressocializado. Apesar desse prazo que ainda falta de cumprimento de pena”, diz o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior.