As buscas por vítimas do desabamento dos três prédios da Avenida Treze de Maio, no Centro do Rio, continuam na manhã deste sábado (28), informou a Defesa Civil do estado. Os corpos encontrados já somam 17. Já foram sepultadas na sexta-feira (27) três vítimas. Segundo a prefeitura, pelo menos nove pessoas seguem desaparecidas.
Interdições
O Centro de Operações da Prefeitura alertou que, para permitir o trabalho das equipes da prefeitura e dos bombeiros no local, permanece interditada neste sábado a Avenida Treze de Maio e a Avenida Almirante Barroso entre a Rio Branco e a Rua Senador Dantas. A Treze de Maio está interditada inclusive para pedestres, informa o Centro de Operações. A Senador Dantas está funcionando com mão invertida entre a Almirante Barroso e a Rua Evaristo da Veiga.
Agentes de trânsito trabalham nos bloqueios para informar pedestres e motoristas sobre as interdições. Por conta do trabalho das equipes de resgate, continua proibido o acesso aos prédios da Avenida Treze de Maio.
Corpos resgatados
Foi resgatado por volta das 2h15 deste sábado o corpo da 17ª vítima do desabamento. O Corpo de Bombeiros ainda não informou o sexo e a identidade da vítima. Mais cedo, por volta de 0h30, os bombeiros localizaram a 16ª vítima, que também não foi identificada.
O 15º corpo foi localizado por volta de 21h desta sexta-feira (27), segundo a Secretaria estadual de Defesa Civil. Esse e o 14º corpo foram encontrados no subsolo de um dos prédios que ruíram.
Por volta das 18h30 da sexta, o secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, informou que o 13º corpo foi retirado junto com entulhos dos escombros. De acordo com informações do coronel, o corpo havia sido retirado junto com os escombros levados pela área de descarte e encontrado por equipes da Comlurb que trabalhavam no local.
"Vim aqui prestar um esclarecimento. Nessa madrugada um corpo em muito mau estado, muito dilacerado, saiu daqui sem que nós percebêssemos, foi levado para o local destinado aos entulhos que estão sendo daqui retirados, num espaço da Comlurb. E nós identificamos esse corpo há pouco tempo, já providenciamos a sua remoção e o corpo está sendo levado para o IML. Esse então é o 13º corpo", explicou Simões. "O corpo está muito dilacerado, mas por uma das mãos, conseguimos identificar que é uma mulher", completou.
Simões afirmou ainda que os trabalhos só vão terminar quando a operação estiver concluída. Segundo o secretário, os bombeiros trabalharam na noite da sexta em uma área que seria a sala de aula do 6º andar, ocupada por um grupo de alunos em treinamento.
Mais cedo, o secretário havia informado que as equipes tinham conseguido ter acesso ao que parecia ser o local. "Finalmente, entramos na parte onde nós acreditávamos que houvesse o maior número de corpos", disse o secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, na tarde de sexta.
Identificados
Segundo a Polícia Civil, seis vítimas haviam sido identificadas até as 17h de sexta: Elenice Maria Consani Quedas, de 64 anos, Alessandra Alves Lima, de 29 anos, Celso Renato Braga Cabral, de 46 anos, Margarida Vieira de Carvalho, de 65, Nilson de Assunção Ferreira, de 50 anos, e Cornélio Ribeiro Lopes, de 73.
Além das vítimas relacionadas oficialmente pela Polícia Civil, parentes também dizem já ter identificado o corpo do catador de lixo Moiséis Moraes da Silva, da jovem Kelly Meneses, de 24 anos, e do alpinista Flavio Porrozzi, de 34 anos - que chegou a falar "Oi, amor" para a noiva por telefone horas após o desabamento, mas depois o contato foi perdido.
O acidente deixou seis feridos. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o quadro mais grave é o da única pessoa que segue internada. Ela é uma mulher que teve lesão no couro cabeludo, passou por cirurgia e foi transferida para um hospital particular.
Delegado
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as responsabilidades do desabamento. Na tarde de sexta (27), o titular da 5ª DP (Mem de Sá), delegado Alcides Alves Pereira, disse que onze pessoas já foram ouvidas até agora e que ainda pretende ouvir mais pessoas na investigação.
Ele explicou que aguarda o resultado da perícia que está sendo feita no local para fazer uma avaliação sobre um eventual responsável.
Segundo o delegado, se houver um responsável pelas quedas dos três prédios, o crime envolvido será de desabamento qualificado e a pena será de 2 a 4 anos de detenção.
Após o depoimento de Alexandro, o síndico do prédio de 20 andares que desabou, Paulo Renha, chegou para depor.