Mais um detento da Cadeia Pública da cidade de Altos veio à óbito neste domingo, 24 de maio. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça do Piauí (SEJUS), procurada pelo Meionorte.com. Identificado como Robert Ozeas da Silva Pereira, o presidiário estava internado no Hospital de Urgência de Teresina HUT) com um quadro de infecção. Ele é o quarto caso de mortes da unidade prisional.
Ainda segundo a assessoria da Sejus, o laudo médico da morte está sendo aguardado. Na última quarta-feira (20), a 14 detentos da Cadeia Pública deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Satélite e no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) com suspeita de Leptospirose. O surto da doença foi confirmada pelo superintendente de Atenção Primaria à Saúde e Municípios da Secretaria Estadual de Saúde, Herlon Guimarães, em reunião com o promotor de Justiça Paulo Rubens.
Inaugurada no dia 23 de setembro de 2019, a Cadeia Pública de Altos é considerada pela Secretaria de Justiça do Piauí como “ a maior e mais moderna do estado”, com possibilidade de receber “603 presos provisórios”. A Casa de Detenção demorou três anos para ficar pronta “além de desafogar o sistema penitenciário, o principal objetivo desta cadeia é a ressocialização por meio da educação e profissionalização”.
MPPI acompanha investigação sobre intoxicação
O Ministério Público do Estado do Piauí está acompanhando e apurando a situação da Cadeia Pública de Altos, onde detentos apresentaram sintomas severos de intoxicação, num quadro que já resultou em mortes.
A 2ª Promotoria de Justiça da comarca havia instaurado inquérito civil público para coletar informações. No dia 11 de maio, o promotor de Justiça Paulo Rubens Parente Rebouças participou de videoconferência com representantes das Secretarias de Estado da Justiça (SEJUS) e da Saúde (SESAPI).
De acordo as análises técnicas preliminares, a hipótese mais provável é de que se trate de contaminação por leptospirose. Os participantes da videoconferência informaram que foram detectados problemas na qualidade da água fornecida na cadeia, com identificação da presença de coliformes fecais e da bactéria E. coli, que pode causar infecções graves em diversos órgãos humanos. Os presos infectados apresentaram sintomas semelhantes, como paralisia de membros inferiores, edema, alteração na pressão e vômitos.
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