Reunião do conselho universitário da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), na manhã de segunda-feira (17), decidiu, por meio de votação, pela não suspensão do calendário acadêmico da instituição. Representantes do comando de greve da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi) e do Sindicato dos Trabalhadores da Ufpi (Sintufpi) participaram da reunião, que teve 12 votos a favor e 18 contra.
Desde a semana passada, os professores da instituição deflagaram greve geral. O Diretor de Relações Sindicais da Adufpi, Alexis Leite, afirma que a suspensão deveria ser adotada, pois a manutenção é uma farsa. “A universidade mesmo sabendo que não tem condição, quer manter as aparências”, comenta ele. Agora, o movimento grevista será fortalecido.
Com a não suspensão do calendário, os membros da Associação acreditam que muitos saem prejudicados. Segundo eles, a universidade tem hoje aulas com 3 alunos e pessoas fingindo que trabalham. “Tem muitos alunos que moram longe, em outros Estados e que são afetados de forma negativa com a não suspensão. Eles ficam sem saber se vai ou não ter aula”, comenta.
Desde o início da greve, já houve sinalização de negociação com os docentes, mas, de acordo com Alexis Leite, a pauta principal do movimento grevista não é mencionada. “Hoje já tivemos avanços. Não éramos recebidos e hoje já somos. Só que nossa pauta principal nunca é debatida”, acrescenta.
Os professores reivindicam melhores condições de trabalho, reestruturação da carreira, garantia da autonomia universitária, valorização salarial de funcionários ativos e aposentados, contra os cortes na educação, melhor infraestrutura e uma maior segurança dentro da Ufpi. Além dos docentes, os servidores da Ufpi também fazem parte do movimento paredista. Estes já estão com quase 90 dias em greve.
Francisco Teixeira, membro do comando de greve do Sintufpi, aponta que a Reitoria deu apoio à greve dos técnicos e deveria suspender o calendário para pressionar o governo a oferecer propostas de negociação. “Pedimos reajuste de 27,3%, que não é um reajuste, são perdas que tivemos ao longo de 4 anos. O governo tem insistido em dar 19,1% dividido em 4 anos, o que não nos satisfaz. Queremos pressionar para conseguir uma negociação efetiva”, destaca.