A Câmara dos Deputados realiza hoje, às 10 horas, no Plenário Ulysses Guimarães, para lembrar o centenário da morte do estadista Joaquim Nabuco. A sessão vai contar com a presença do neto do homenageado, José Thomaz Nabuco Filho; do embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon; e dos deputados pernambucanos Ana Arraes, André de Paula, Maurício Rands e Raul Jungmann.
Na ocasião, a Edições Câmara vai lançar a reedição do livro "Joaquim Nabuco: Perfil Parlamentar". Com 559 páginas, a obra reúne 30 discursos feitos por Nabuco entre 1879 e 1888, período em que foi deputado pela Província de Pernambuco e se destacou como um dos principais líderes do movimento abolicionista.
Os discursos foram selecionados pelo sociólogo Gilberto Freyre, que também escreveu a introdução original do livro para a edição de 1983. Além da introdução de Freyre, a edição atual traz apresentação do presidente da Câara, Michel Temerm, e artigo escrito pelo ex-deputado Munhoz da Rocha Netto para a primeira edição dos discursos de Joaquim Nabuco, lançado pela Câmara dos Deputados em 1950, nas comemorações de seu centenário de nascimento. Também será realizada a pré-estréia do documentário "Diálogo com Joaquim Nabuco", com produção, roteiro e direção de Marcya Reis.
Para contar a história de Nabuco, o documentário apresenta Thiago Lucas, um jovem que simboliza o ideal que passou dos abolicionistas para os descendentes dos escravos libertos. Universitário, negro, nascido na comunidade da Rocinha, Thiago sai em busca da trajetória de Nabuco e mergulha no pensamento vivo do personagem para refletir sobre suas próprias raízes.
Entre conversas com especialistas, com a população nas ruas e ao conhecer lugares por onde o líder abolicionista passou, ocorre um "diálogo" - o encontro de dois homens separados pelo tempo - debatendo sobre a realidade brasileira do século XXI.
A Câmara Federal realiza até o próximo domingo uma grande exposição histórica para lembrar a trajetória política e parlamentar de Nabuco. Com base em escritos e discursos realizados no Plenário, a mostra enfatiza a coerência de suas idéias, a solidez de seus argumentos, seu papel fundamental para a formação do Estado Brasileiro e a atualidade de seu pensamento.
Os textos são acompanhados de um rico acervo iconográfico, que inclui fotografias e gravuras da época, manuscritos, móveis e objetos pessoais de Nabuco. Entre eles está a caneta pela qual a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, depois presenteada ao príncipe dos abolicionistas.
Outros destaques são duas cartas que Joaquim Nabuco enviou em 1891 ao imperador d. Pedro II, em exílio na França, comentando a Proclamação da República e o novo governo. Ainda há exemplares de livros de Machado de Assis, com dedicatória do autor a Joaquim Nabuco; réplica da coroa de d. João VI; instrumentos de punição de escravos e várias outras peças.