O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) dedica o mês de junho para campanha voltada à conscientização do ceratocone, doença que afeta a córnea ocular, o “Junho Violeta”. Segundo estimativas do CBO, uma a cada 2 mil pessoas no Brasil sofre com a doença, e apenas 6% a 8% dos casos ocorrem por fatores genéticos. Oftalmologistas alertam que hábitos como coçar ou esfregar os olhos de maneira contínua favorecem o diagnóstico de ceratocone.
A especialista Amanda Paz fala sobre a faixa etária em que os casos são mais frequentes. “Na maioria das vezes, a doença atinge ambos os olhos. Geralmente, o aparecimento mais comum acontece na puberdade, entre os 13 e os 18 anos de idade, progride por aproximadamente 6 a 8 anos e, depois, a tendência é permanecer estável”, explica a oftalmologista.
Durante seu estágio inicial, o tratamento indicado é o uso de óculos ou lentes de contato para correção. Em casos de ceratocone um pouco mais evoluídos é necessária a aplicação do crosslinking de colágeno (procedimento cirúrgico com aplicação de anestesia no local). “Quando o problema está em fase muito avançada, ou quando surgem complicações decorrentes da doença, apenas um transplante de córnea pode corrigir o problema”, esclarece Dra. Amanda Paz.
A recomendação médica é realizar exames na visão pelo menos uma vez ao ano, mesmo pessoas que não usem óculos. Além, é claro, do cuidado em não esfregar os olhos frequentemente, para evitar o aparecimento da doença. “Os pais precisam estar atentos às crianças e adolescentes, perfil onde os casos são mais comuns. Se houver surgimento de qualquer alteração na visão dos filhos, procurar um oftalmologista”, recomenda Amanda Paz.
É importante ressaltar que o ceratocone também pode estar associado a doenças sistêmicas, como as síndromes de Down, Turner, Ehlers-Danlos, Marfan, além de atopias, osteogênese imperfeita e prolapso da válvula mitral.