Câncer de colo de útero mata 14 mulheres por dia no Brasil

Em 2014, mais de 15 mil novos casos foram descobertos no País. Incidência da doença é maior em mulheres acima de 30 anos, prevenção ainda é a melhor solução.

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Com aproximadamente 530 mil novos casos no mundo, o câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é o terceiro tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que a doença fica atrás apenas dos cânceres de mama e colorretal. Apesar dos números alarmantes, a boa notícia é que esse tumor é o que apresenta maior potencial de prevenção e cura, quando diagnosticado precocemente.

Na maioria das vezes, o câncer de colo de útero desenvolve-se a partir de uma infecção persistente pelo papiloma vírus humano (HPV), doença sexualmente transmissível, e o tabagismo. Por não apresentar sintomas nas fases iniciais, a cada dez diagnósticos, quatro já estão em estado avançado da doença, segundo o INCA. Para o oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Agnaldo Anelli, as chances de cura da doença são de 100% quando detectada na fase inicial. Para isso, é preciso realizar o exame preventivo citopatológico (Papanicolau) que é capaz de detectar diversas doenças antes mesmo de se transformar em câncer.

"O exame periódico é indolor e pode ser realizado pelo ginecologista no próprio consultório. O profissional faz a escamação da superfície do colo do útero e as células colhidas são colocadas em uma lâmina e enviadas para análise. Esse exame deve ser feito anualmente por todas as mulheres sexualmente ativas, não havendo idade limite para sua realização", explica o médico.

Após análise em laboratório, o médico avaliará o resultado. "Caso a análise apresente resultado negativo para câncer, o exame deve ser realizado novamente no ano seguinte. Porém, se apontou infecção por HPV ou lesão de baixo grau, o mesmo deve ser realizado novamente dentro de 6 meses. Quando o resultado é de lesão de alto grau, ou seja, com fortes chances de ser cancerígeno, o especialista verificará a melhor conduta, indicará um tratamento e pedirá outros exames mais aprofundados, como a colposcopia", esclarece.

Alguns sintomas que podem aparecer nos quadros mais avançados da doença são, sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais. Por isso, reforça o médico, é preciso ficar atento aos sinais que o corpo da mulher emite.

Cabe ao médico avaliar e orientar o paciente para o tratamento adequado para cada caso. Entre as terapias mais comuns para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, quimioterapia e a radioterapia. A abordagem terapêutica dependerá do estágio da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de ter filhos.

A prevenção é a melhor forma de combater o câncer de colo de útero. "Além de realizar o exame periodicamente, é importante manter uma vida saudável e evitar comportamentos de risco. Outra forma de prevenir o câncer de colo de útero é através da vacinação contra o HPV, que atualmente é aprovada na rede privada para mulheres de 9 a 26 anos", finaliza.

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