Um jovem de 17 anos foi desclassificado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 após o alarme de seu sensor de glicemia disparar durante a prova, realizada no último domingo em Sobradinho, no Rio Grande do Sul. O caso, compartilhado pelo pai do candidato nas redes sociais, gerou grande repercussão.
Rudnei Noro, pai do adolescente, explicou que seu filho tem diabetes tipo 1, uma condição que faz com que o pâncreas produza pouca ou nenhuma insulina. O jovem utiliza um sensor de glicemia conectado ao celular, que emite um alarme quando os níveis de glicose estão fora do normal, alertando o paciente para a necessidade de tomar a medicação.
ALARME DISPAROU DURANTE A PROVA
De acordo com o pai, o alarme disparou durante a aplicação da prova, mas, quando o celular foi retirado pelo fiscal da sala, o dispositivo ainda estava ligado e o alarme continuou a disparar. Mesmo com o celular desligado, o alerta de segurança do sensor foi acionado. Rudnei afirmou que seu filho já havia informado sobre sua condição de saúde no momento da inscrição para o Enem, mas, mesmo assim, não recebeu o atendimento especial, como a possibilidade de fazer a prova em um ambiente individual, que é previsto para pessoas com necessidades específicas.
"O fizeram assinar uma ata e obrigaram a deixar a escola onde prestava o exame por perturbar os demais alunos e por ser proibido o uso de eletrônicos. Todo dia um leão para matar. Falam tanto em 'inclusão', mas quando chega na prática, constrangem, humilham e impedem um guri de 17 anos de correr atrás de seus sonhos. Coincidentemente em pleno mês da conscientização da diabetes", relatou o pai nas redes sociais.
INEP EXPLICA
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela organização do Enem, foi procurado pelo O Globo e esclareceu que os candidatos com diabetes têm permissão para utilizar dispositivos eletrônicos de aferição de glicose durante a prova, desde que tenham informado a condição de saúde no momento da inscrição.
O Inep explicou ainda que, nesses casos, o dispositivo deve ser mantido dentro do envelope porta-objetos e ser usado pelo participante nos momentos necessários. A nota do órgão afirmou também que os participantes que se sentirem prejudicados, devido a algum erro de aplicação, têm o direito de solicitar a reaplicação do exame, marcada para os dias 10 e 11 de dezembro de 2024.
Com informações de O Globo