A assessora da Promotoria de Justiça do município de Altos ( 38 km de Teresina) Déborah Ribeiro, esteve no mesmo local em que o paredão de um cânion do lago de Furnas em Capitólio, em Minas Gerais, desabou. Devido o tempo fechar e começar a chover, a piauiense deixou o ponto turístico na embarcação em que estava 2 horas antes do acidente acontecer, na tarde deste sábado (08). Pelo menos 8 óbitos já foram confirmados, duas pessoas seguem desaparecidas e mais de 20 ficaram feridos.
Em entrevista ao Meionorte.com, a piauiense relatou que está de férias do trabalho e resolveu ir para Uberlândia (MG), passar o final de ano com sua irmã que não pôde vir para o Piauí. Sua irmã montou roteiros de viagens para ela conhecer a região e Capitólio foi o destino deste final de semana.
“O namorado dela veio de Passo Fundo (RS) para este passeio, chegou na sexta e logo pegamos a estrada para Capitólio. Já estávamos um pouco receosos porque aqui na região chove quase que diariamente, o dia todo. Embarcamos nessa aventura mesmo assim. Ficamos num camping, mas nem tivemos essa experiência por conta da chuva. No sábado pela manhã, por volta das 9:30h, iniciamos o passeio de lancha, saindo do local próximo ao Residencial Ponta do sol. Esse foi o passeio que contratamos (foto abaixo)”, detalhou.
Na lancha com mais três casais de São Paulo, Déborah Ribeiro seguiu para os passeios. Com o tempo fechado, o grupo de turistas decidiu não passar muito tempo nos pontos destinados, assim como no Lago de Gurnas.
“Daí começou a chover. Estávamos com frio e decidimos não demorar muito em cada ponto. Só passávamos por lá para conhecer, tirar umas fotos. Mas tinha um pessoal que tava banhando, aproveitando. Quando ficamos sabendo do acontecido, já estávamos na parada para o almoço. Daí ouvimos comentários de outras pessoas que iam chegando em outras lanchas”, explicou.
A piauiense disse que todos que saíram depois e foram informados do que poderia ter ocorrido, não imaginavam a gravidade da situação. Débora falou ainda sobre o alívio de ter comunicado seus familiares que estava bem. Ela disse que recebeu diversas mensagens de apoio em suas redes sociais.
“Pensamos que tinha caído uma pedrinha só, ou galhos de árvore, que alguém tinha se machucado. O sinal de internet tava péssimo no local. Depois mostraram um vídeo para gente. E o passeio perdeu a graça total. Ficou aquele climão de luto, de choque, sem acreditar. Mas ainda assim não tínhamos noção da repercussão que isso já tinha tomado. Quando retornamos do passeio, por volta das 16h, começou a chegar várias mensagens, gente ligando, chamadas perdidas. Todo mundo do Piauí, do Brasil inteiro já tava sabendo. Fiquei e ainda estou emotiva com o que aconteceu. Triste demais com essa tragédia. Meus amigos e familiares tiveram o alívio da nossa resposta, mas muitos não tiveram essa mesma sorte infelizmente”, finaliza.
Buscas seguem
Equipes do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais estão no local desde as primeiras horas da manhã deste domingo (09) dando continuidade as buscas por desaparecidos. Segundo o major Rodrigo Castro, às 9h50, a primeira equipe de busca localizou o corpo do sexo masculino submerso no local do acidente. As buscas continuam para encontrar outras duas pessoas que estão desaparecidas.
O desabamento no começo da tarde deste sábado (8) deixou 7 mortos, dezenas de feridos (4 ainda estão internados) e 3 desaparecidos. A Marinha do Brasil informou que um um inquérito será instaurado para apurar as causas e a Polícia Civil também também já investiga o caso. Além disso, a Marinha deve investigar se os barcos de passeio poderiam estar ali, dadas as condições climáticas e os alertas meteorológicos.
- Erosão e infiltração da chuva podem ter causado acidente em Capitólio