A cápsula espacial da Boeing, Starliner, pousou neste domingo (22) no deserto do Novo México, Estados Unidos, depois de não ter alcançado a Estação Espacial Internacional (ISS).
As imagens transmitidas pela agência espacial norte-americana, a Nasa, mostraram o retorno da cápsula à Terra, após uma descida aparada por três grandes paraquedas. Este era um ensaio geral antes do envio de naves tripuladas com astronautas, previsto para o próximo ano.
A cápsula pousou às 05h58 (9h58 de Brasília) na base de White Sands, um minuto após o horário programado. Ela pousou "bem no alvo", relatou Steve Siceloff, porta-voz da Boeing.
Imagem: Divulgação/Boeing
O escudo térmico protegeu a cápsula na reentrada na atmosfera, durante a qual o atrito fez com que a temperatura fora do veículo subisse para mais de 1.600°C.
Os motores Starliner aparentemente funcionaram bem para iniciar a descida da órbita a uma altitude de 250 km de altitude, quando a cápsula estava viajando a mais de 28.000 km/h.
A cápsula decolou na sexta-feira, do Cabo Canaveral, na Flórida. Pouco depois de se separar do foguete que a transportava, seus motores não ligaram conforme o planejado, impossibilitando que entrasse na órbita correta para alcançar a ISS. A Estação Espacial voa ao redor da Terra a cerca de 400 quilômetros de altitude.
A falha fez a Starliner consumir combustível em excesso para tentar corrigir sua posição automaticamente, não podendo, portanto, cumprir sua missão.
Por isso, a Boeing e a Nasa decidiram trazer Starliner de volta para a Terra 48 horas após seu lançamento.
A Boeing confirmou que o erro ocorreu devido a uma anomalia no contador de "tempo transcorrido" da missão. Com o horário errado, os motores da cápsula não foram acionados no momento esperado, pouco depois de se separar do foguete.
O fracasso da missão é um revés para a gigante da indústria aeroespacial, cuja reputação já foi manchada por dois acidentes em março com aviões modelo 737 MAX, e para a Nasa, que conta com este veículo para enviar a partir de 2020 seus astronautas na ISS, a fim de quebrar a dependência da Rússia, o único país desde 2011 a operar naves espaciais tripuladas, a Soyuz.
A agência espacial americana deve agora decidir se o retorno sem danos à cápsula será suficiente para provar que é um veículo seguro para colocar suas tripulações.
O chefe da Nasa, Jim Bridenstine, não descartou nenhuma possibilidade.