No final de junho, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) concedeu autorização às empresas Good Meet e Upside Foods para a produção e comercialização de carne cultivada em laboratório de frango em todo o território dos Estados Unidos. Inicialmente, a carne não estará disponível nos supermercados, mas será exclusivamente oferecida em restaurantes sofisticados, onde será apresentada como um componente dos pratos servidos. A promessa é de que esse tipo de alimento, além de não maltratar os animais em abatedouros, seja ecologicamente mais sustentável, principalmente por diminuir o uso da água e do solo.
Diferentemente das carnes vegetais feitas a partir de proteínas vegetais, a carne cultivada é desenvolvida através do cultivo de células animais vivas, o que a torna uma carne real em vez de uma imitação. A Good Meat adota essa técnica inovadora para a produção de sua carne de frango.
O processo tem início com a coleta de uma pequena amostra de células-tronco retirada de um animal vivo, sendo possível coletar essas células também dos ovos e das penas no caso da carne de frango. As células-tronco possuem a capacidade de se autorreproduzir e desenvolver diferentes tipos de células, como as que compõem músculos e órgãos.
Após a coleta, as células são transferidas para grandes tanques conhecidos como biorreatores, que têm a função de criar um ambiente simulado semelhante ao corpo do animal. Nesses tanques, as células recebem nutrientes essenciais para se multiplicarem e se desenvolverem. À medida que as células-tronco se multiplicam, o meio de cultivo é ajustado para permitir sua diferenciação nos três principais componentes da carne: músculo, gordura e tecido conjuntivo.
Posteriormente, essas células são organizadas em uma estrutura comestível chamada "andaime", que serve como suporte para a formação desejada das células (como um filé de frango, por exemplo). Além de manter as células unidas, o andaime também fornece nutrientes adicionais. Em apenas quatro a seis semanas, a carne está pronta para consumo.
As empresas estão dedicadas a tornar a carne cultivada um produto cada vez mais acessível e econômico, com o objetivo de oferecer aos consumidores a opção de escolher entre carne tradicional e carne produzida em laboratório em um prazo de até 15 anos. No entanto, em Cingapura, o produto já está disponível em vários estabelecimentos, abrangendo desde ambientes sofisticados até feiras de rua. Em breve, será a vez dos consumidores americanos incluírem essa opção em suas listas de compras.
(Com informações do MegaCurioso)