A Ferrari 458 Itália que Thor Batista dirigia na tarde de domingo sem a placa dianteira equivale a 7.831 vezes a multa tomada por ele em blitz móvel do Detran-RJ na tarde de domingo, na Barra da Tijuca. A penalidade por guiar automóvel sem identificação é de R$ 191,54 e sete pontos na carteira.
A comparação impressiona ainda mais se comparada à fortuna de seu pai, Eike Batista, o homem mais rico do País. Os R$ 57,612 bilhões dos quais Thor é herdeiro dariam para pagar 300 milhões de vezes essa infração gravíssima às leis de trânsito.
Tio de Thor, Mem de Oliveira, disse que na sexta-feira a Ferrari estava na garagem da mãe do rapaz ? a modelo Luma de Oliveira ? com as duas placas de identificação. Ele afirma que ?a placa dianteira deve ter caído enquanto ele dirigia?. Thor não se pronunciou sobre a derrapada na legislação de trânsito.
A Ferrari foi levado para um depósito em Curicica, onde permanecia até ontem. Apesar da irregularidade, o Detran-RJ informou no domingo que a Ferrari modelo 458 Itália estava com todas as vistorias em dia, tendo saído com as duas placas na checagem de 2011.
Com a infração, Thor somou mais sete pontos à sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O filho de Luma e Eike já acumulava 44 pontos na carteira com nove multas de trânsito ? sete delas por excesso de velocidade ? em março deste ano.
As multas se concentravam no período de um ano.
Thor foi flagrado dirigindo irregularmente 52 dias após atropelar e matar o ajudante de caminhão Wanderson Pereira, 30 anos, na Rodovia Washington Luís, em Caxias. Na ocasião, o filho de Luma e Eike dirigia uma Mercedes McLaren.
Perícia constatou que a vítima, que estava de bicicleta, seguia pela pista e não no acostamento. Exame toxicológico feito no corpo atestou que Wanderson tinha bebido.
O inquérito não foi concluído na 61ª DP (Xerém): peritos aguardam informações da Mercedes Benz para concluir qual era a velocidade na hora do acidente. Thor alega que estava dentro do limite de 110 km/h.