Duas caminhonetes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) pegaram fogo, na manhã deste domingo (28), no estacionamento do órgão que fica na Floresta Nacional de Brasília. Ninguém se feriu.
De acordo com os bombeiros, não havia ninguém no carro quando o fogo começou. Foram os próprios servidores que ligaram para corporação pedindo ajuda.
Após as chamas controladas, um dos carros ficou completamente queimado e o outro teve danos na parte da frente. Até a última atualização, a reportagem tentava contato com a direção do Ibama no DF.
A sede do órgão ambiental onde os carros estavam estacionados fica próxima à região de Brazlândia. Quando as chamas começaram havia funcionários no local, que trabalhavam em esquema de plantão, segundo os bombeiros.
Ao todo, dez militares participaram da ocorrência. A Polícia Civil foi chamada e, em até 30 dias, um laudo da perícia vai apontar as causas e circunstâncias do incêndio.
Protesto
No sábado (27), cerca de 80 servidores do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) protestaram em Brasília contra "desmontes dos órgãos ambientais federais".
O ato, organizado pela Associação Nacional dos Servidores Ambientais (Acema), foi no Parque Nacional de Brasília. A entidade reúne cerca de 7 mil servidores da carreira, entre ativos e aposentados.
Entre as reivindicações, ao grupo pediu a derrubada da MP 870/2019. A medida provisória restringe atribuições do Ministério do Meio Ambiente e transfere, entre outros pontos, o poder de demarcação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura, pasta atualmente comandada por Tereza Cristina.
"Entendemos que a área ambiental tem a importância de fazer uso sustentável desses recursos, ao invés de ter o perfil econômico do agronegócio", afirma a secretária-executiva da Acema-DF, Elisabeth Uema.
Mudanças no governo
Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou novas mudanças no governo federal. Quatro militares foram indicados para cargos de diretoria no ICMBio.
Os militares vão substituir diretores do órgão ambiental que pediram exoneração do Instituto Chico Mendes após a saída do presidente Adalberto Eberhard. O ex-gestor se demitiu após Salles ameaçar abrir processo contra servidores que não haviam comparecido a um evento no Rio Grande do Sul.
Para o lugar de Eberhard na presidência do órgão, o ministro indicou o coronel Homero de Giorge Cerqueira, que atuava como comandante da Polícia Militar Ambiental do estado de São Paulo.
O ICMBio é um órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente responsável pela implantação, gestão, manutenção e fiscalização de parques, florestas nacionais e outras unidades de conservação (UCs) no Brasil. Além disso, fomenta e executa programas de pesquisa e conservação da biodiversidade e exerce o poder de polícia ambiental para a proteção das UCs federais.