Ontem (12), foi celebrado o Dia Nacional das Artes, uma data que lembra as atividades artísticas de diversas áreas, como o teatro, cinema, literatura, pintura, música, entre outras diversidades. E também é um dia que a Casa da Cultura, mantida pela Prefeitura de Teresina, por meio da Fundação Monsenhor Chaves, completa 25 anos de preciosas contribuições para o Estado. Esse local, de orgulho piauiense, exala uma grandiosidade cultural por meio de um acervo museológico, ricas bibliografias arquivistas, cursos, oficinas de arte e demais atividades culturais.
A cada passo no casarão, uma descoberta, um novo olhar, uma enriquecedora experiência com a história do Piauí. “A Casa da Cultura, hoje, tem um papel muito importante no cenário cultural piauiense, porque, de certa forma, as coisas acontecem aqui no centro, culturalmente aqui nesse local”, disse Gabriel Archanjo, artista e atualmente coordenador de literatura e editoração da Fundação Monsenhor Chaves, enquanto apresenta a casa.
Mas a preservação desse bem, embora tão grandioso, não tem, de fato, um investimento há algum tempo. É possível notar a carência de uma reforma, de um cuidado, a valorização pelo que há dentro e fora da Casa da Cultura.
“Hoje, com 25 anos, seria muito louvável que os nossos dirigentes tivessem um olhar mais sensível para com o nosso patrimônio. Estamos esperando acontecer a reforma dessa casa e, mesmo assim, não paramos, continuamos fazendo as atividades”, disse.
Gabriel Archanjo é uma presente personalidade artística de Teresina. Seus quadros e esculturas estão presentes em galerias de arte da capital, e ele ressalta a crença no papel da Casa da Cultura como um lugar de formação para os novos artistas conterrâneos
“Lembro muito bem que há bastante tempo esse local já era visto como um grande seio cultural do Centro de Teresina e com o passar do tempo continua sendo”, falou.
A diretora Josy Brito é a grande responsável por manter os serviços culturais no casarão. “Nosso objetivo é trazer a história como uma perspectiva de preservação do nosso patrimônio. A Casa tem essa importância, é um espaço de memória e história”, disse.
Gabriel Archanjo define o local como “mágico” e até mesmo “fantasmagórico”, devido a carga histórica que ele carrega. E esse potencial atmosférico atrai muitos visitantes. “Escolas, turistas e teresinenses que não moram mais aqui são os que mais aparecem. E as pessoas que mais admiram esse local, são os humildes, por ter mais vínculo com a história que esse lugar representa”, contou.
Em comemoração aos 25 anos, a Casa da Cultura ofereceu um workshop com o professor, poeta, escritor, Paulo Machado, e apresentação do grupo Flauta Doce Orquestra com entrada gratuita.
Um lugar de história
No dia 12 de agosto de 1994, foi inaugurada a Casa da Cultura de Teresina, comportada em uma das edificações mais bonitas da capital, localizada no centro de Teresina. Com uma arquitetura encantadora de dentro para fora, local abriga a arte, cultura e história de Teresina. O prédio foi construído entre 1870 e 1880, pelo Sr. João do Rego Monteiro, o Barão de Gurgueia (1809-1897) e funcionava como a residência da sua família. Além disso, segundo historiadores, a Casa serviu também como quartel e enfermaria.
Mas isso é somente a introdução das modificações que esse patrimônio passou. Serviu como local de Seminário, passou pelas mãos da Diocese de Teresina, foi fechado e transformado em residência episcopal, virou um anexo de uma moradia e um colégio. Somente no ano de 1986, foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Piauí, e após reformas e negociações foi inaugurado um abrigo cultural chamado Casa da Cultura. (A.S.)