"Precisamos transformar o jeito de aprender porque vai transformar o jeito de ensinar", a frase resume bem o trabalho da diretora pedagógica, Ruthnéia Lima e de toda equipe da Casa Meio Norte. A Escola Municipal em parceria com o Grupo Meio Norte de Comunicação (GMNC), ganhou destaque internacional no Jornal El País, um dos maiores do mundo, como exemplo de escola no ensino público de qualidade durante a pandemia da Covid-19 e ainda com o projeto Borboleta. A educadora conversou com o programa Banca de Sapateiro na TV Jornal, nesta terça (22) sobre os resultados de sucesso da escola.
A Casa Meio Norte, pioneiramente, implementou uma metodologia de alfabetização apontada como um dos segredos das cidades piauienses que tiveram melhora no Índice Nacional da Educação Básica (IDEB): o projeto Borboleta.
“O projeto vem desse símbolo da borboleta que é o maior exemplo de transformação da mudança da capacidade de a gente sair de um estágio para outro e bem melhor. E daí vem o projeto, da capacidade que a educação tem de transformar a leitura de crianças e nós como gerente de sala, professores, sermos o mediador dessas crianças, ser capazes de transformar, de reinventar e criar essa iniciativa de alfabetização”, caracteriza Ruthnéia Lima.
Com resultados promissores, o programa já alfabetizou mais de 40.000 alunos. A educadora mensurou a metodologia de alfabetização e os resultados do projeto. "A criança chega na escola com muitas informações e é preciso mudar. Precisamos transformar o jeito de aprender porque vai transformar o jeito de ensinar para dar um resultado rápido. Já passamos muito tempo com crianças de 8 a 10 anos sem saber a ler, temos pressa para que essa criança leia com rapidez, com fluência e com significação", explica.
O projeto surtiu efeito e desde 2005 já ganha notoriedade no Ideb. Em 2017, a Casa Meio Norte alcançou nota 8,2, uma das maiores do país. Em 2019, a escola saltou para 8,4 no índice graças ao projeto Borboleta e o trabalho pedagógico que foi inserido na realidade escolar.
"Esse é um projeto à luz da necessidade de nossas crianças. Já começamos a ter a maior nota do Ideb em 2005. É difícil você está no topo e continuar crescendo. O projeto Borboleta tem uma consistência pedagógica de fazer com que esse leitor leia cada vez melhor”.
O projeto deixou o 'casulo da escola', na zona Leste de Teresina, e saiu para outros municípios do Piauí. Assim como uma borboleta, o programa foi replicado em outras cidades, como em Oeiras que ficou famoso com os resultados na cidade que tem uma das notas mais altas no Ideb do Estado.
"Levamos o projeto para Oeiras em maio de 2017 e em junho todo as crianças já estavam lendo. A nota da educação do município saiu de 5,4 para 7,1. Hoje, o projeto continua alfabetizando e a nota no Ideb chegou a 7,4”, detalha a diretora. O projeto chegou também a Jaicós, onde 98% das crianças no fim do ano já foram alfabetizadas. O Ideb saltou de 3,8 para 6,0.
A implementação da escola veio da idealização do empresário Paulo Guimarães, após conversa com diretores, suscitou o desejo de construir uma escola no bairro mais pobre e que se tornaria o mais rico.
"Essa frase do Paulo reflete a riqueza da qualidade da educação que ia ser ofertada na escola. Organizamos essa missão para favorecer o desenvolvimento daquela comunidade fazendo que as crianças compreedenssem que o melhor espaço do mundo é o espaço da escola", finaliza Ruthnéia Lima.
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