Caso de garota que sumiu após ser vista com namorado completa 1 ano

“Sinto muita dor, angústia de não saber o que aconteceu com ela’, diz mãe.

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Um ano após o desaparecimento da estudante Priscila Brenda, então com 14 anos, os efeitos da ausência da adolescente são sentidos por toda a família. A jovem foi vista pela última vez em 11 de dezembro de 2012, entrando no carro do namorado, em Pires Belo, no sul de Goiás, a 30 quilômetros de Catalão. Para a Polícia Civil, ela foi assassinada e teve o corpo ocultado."Sinto muita dor, angústia por não saber de nada. Até hoje não tenho certeza do que aconteceu com ela?, lamenta a mãe, Luciene Pereira da Silva.

Luciene não tem mais esperança de encontrar a filha viva. "Ela viva, eu não vou ter mais. Mas quero pelo menos o corpo dela para eu enterrar, fazer o velório direitinho para eu poder ter um pouco de paz, porque não tenho paz".

Tio da garota, o frentista Edvaldo Pereira da Silva desabafa: "É muita tristeza. Você ainda tem esperança de vê-la, mas ela não vem?. Segundo ele, a falta de notícias da estudante causa muito sofrimento a todos, principalmente para a irmã, mãe de Priscila.?Sabe uma pessoa que não tem mais vida? Ela não tem mais prazer em nada, fica esperando a justiça, que não está fazendo nada?, disse.

Além de lamentar a ausência da jovem, a família sofre com a demora na conclusão do inquérito policial. Segundo a delegada que acompanha o caso, Alessandra Maria de Castro, a Polícia Civil já chegou a uma conclusão, mas ainda não pôde enviar o processo ao Judiciário. ?O único entrave é a greve dos policiais civis. Se não fosse isso, o inquérito já teria sido concluído e encaminhado ao Judiciário?, afirma.

A delegada explica que, para concluir a investigação, faltam relatórios dos agentes sobre diligências feitas e também o laudo da reconstituição do dia em que Priscila Brenda desapareceu, que ainda não foram entregues. Alessandra adianta que pretende indiciar os principais suspeitos do crime: o namorado da jovem, Paulo Vitor Azevedo, de 19 anos, e um amigo dele, de 25 anos, por homicídio e ocultação de cadáver. Os dois negam ter matado a garota.

Apesar de não haver previsão para o fim da greve dos agentes e escrivães, a delegada espera concluir o caso ainda este mês: ?Quero entregar esse inquérito ainda este ano ao Judiciário. Já até conversei com os agentes para pedir a colaboração deles".

Reconstituição

O desaparecimento de Priscila Brenda intriga os moradores de Pires Belo. Durante a reconstituição, testemunhas reafirmaram ter visto Priscila entrar no carro do namorado, um Gol prata, no dia 11 de dezembro do ano passado. Na ocasião, ele teria brigado com a garota após flagrá-la conversando com um ex-namorado.

"Duas [testemunhas] viram perfeitamente a Prisicila entrando no carro. Outros viram ela se aproximar e não a viram mais. Então, elas deduziram que a vítima entrou no Gol", afirmou o perito Wellington Henrique Guimarães.

Como já haviam relatado em depoimento, as testemunhas voltaram a dizer que Paulo Vítor estava acompanhado de um amigo mais velho. O suposto comparsa chegou a ficar 30 dias preso, mas foi liberado após cumprir o mandado de prisão temporária. Ele nega que tenha matado a estudante.

Paulo Vítor também nega qualquer envolvimento com o desaparecimento da garota. O jovem chegou a ter o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça em dezembro, mas não foi preso por estar foragido. O mandado foi revogado quando o suspeito se apresentou espontaneamente ao Ministério Público, em fevereiro.

Em depoimento ao promotor Mário Caixeta, Paulo Vítor afirmou que esteve com Priscila, mas que ela não entrou no carro dele, nem saiu de Pires Belo em sua companhia. Ele mora em Campo Alegre, a 40 quilômetros de Pires Belo.

Tanto o então namorado de Priscila quanto o amigo dele foram intimados, mas não compareceram à reconstituição do caso. Segundo a delegada responsável pela investigação, a ausência deles agravou ainda mais a situação dos dois no processo.

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