O suspeito de matar a universitária Mariana Bazza, de 19 anos, negou o crime durante a audiência de custódia e culpou outra pessoa. Mariana desapareceu após receber ajuda para trocar o pneu do carro e foi encontrada morta em uma área rural de Ibitinga (SP) nesta quarta-feira (25). Rodrigo Pereira Alves, de 37 anos, chegou a chorar durante a audiência e alegou que foi outra pessoa que matou a jovem. As informações são do G1.
O delegado Durval Neto disse que um vídeo mostra Rodrigo dirigindo o carro da vítima. "A informação que temos é que essa terceira pessoa estaria com o veículo, mas na imagem demonstra que ele teria saído da chácara na condução do veículo. Como eu disse, não há informações dessa pessoa, não há testemunha. Então, não vamos descartar, mas é pouco provável que exista essa terceira pessoa", afirmou.
Após audiência, Rodrigo teve a prisão preventiva decretada e foi levado ao Centro de Detenção Provisória de Bauru. Ele tem diversas passagens pela polícia, incluindo estupro e roubo, e cumpria pena em prisão domiciliar.
O advogado de Rodrigo, Evandro Demétrio, disse que ele não assume a autoria do crime. "Ele apresenta uma versão, que teria um terceiro envolvido, e é isso. Ele fala que acompanhou esse terceiro. Ainda não há uma formalização de um depoimento. Ele manifestou que só falaria em juízo, então ele não apresentou ao delegado uma versão dos fatos."
"Pediu, com base no princípio constitucional de não produzir prova contra ele mesmo, que ele manifestaria perante a autoridade policial. E ainda não chegou a essa fase", afirmou Demétrio.
De acordo com o delegado Durval, o homem demonstrou ser calculista. "Ele me pareceu uma pessoa calma. Ele era calculista, frio, chorava muito, mas a gente percebia que ele dava respostas. Ele sabia o que ele estava dizendo e deu para perceber bastante que ele sabia o que a polícia iria procurar", afirma.
Enterro
O corpo da jovem foi enterrado sob forte comoção, nesta quinta-feira (26), no cemitério municipal de Bariri. Segundo um funcionário do cemitério, cerca de 1 mil pessoas estiverem no sepultamento, que ocorreu às 13h.
"Está sendo muito chocante, é muito triste. Uma moça muito alegre, muito boazinha. É triste porque a gente nunca ia esperar acontecer uma coisa dessas", disse Maria José Alves, moradora de Bariri que acompanhou o velório da jovem.
Muitos moradores também se manifestaram pelas redes sociais. Homenagens foram postadas no perfil da jovem, que foi transformado em um memorial.
O namorado da jovem, Jefferson Viana, escreveu um longo texto em seu perfil no Facebook para falar sobre a perda. "Tudo que eu sinto resume em saudades de você, e queria te dizer isso pessoalmente, meu amor: para sempre eu vou te amar", declara o jovem na publicação que já teve milhares de compartilhamentos.
Mariana Bazza tinha 19 anos e estudava fisioterapia em uma faculdade particular de Bauru.
Entenda o caso
Na manhã de terça-feira (24), Mariana saiu da academia que frequentava em Bariri e percebeu que o pneu do carro estava murcho. Um desconhecido se ofereceu para ajudá-la e a convenceu a levar o veículo até uma chácara em frente à academia, onde ele trabalhava como pintor. Desde então, a jovem não foi mais vista e, na manhã de quarta-feira (25), o corpo dela foi encontrado em uma área de canavial.
A investigação da polícia apontou que Mariana foi morta por Rodrigo, pois é ele quem aparece nas imagens da câmera de segurança da academia que a vítima frequentava. O vídeo mostra o momento em que o suspeito aborda Mariana na saída da academia (veja no vídeo abaixo).
Logo depois ele atravessa a rua e entra em uma chácara onde trabalhava como pintor. Mariana pega o carro, dá a volta na avenida e entra no imóvel, onde o criminoso estava esperando para trocar o pneu do veículo.
A jovem chegou a mandar para o namorado uma foto do suspeito fazendo a substituição do pneu furado, para avisar o que tinha acontecido. A imagem também ajudou a polícia a chegar até o suspeito, que foi localizado e preso em Itápolis, a 60 quilômetros de Bariri.
Rodrigo foi levado para a delegacia, onde inicialmente negou qualquer envolvimento com o caso, mas depois disse que sabia onde o corpo estava.
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