Casos de dengue triplicam nas Américas e OPAS alerta para pior surto da história

Brasil, Argentina e Paraguai são os países mais afetados pela doença provocada pelo mosquito Aedes aegypt

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A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) anunciou nesta quinta-feira (28) que os casos de dengue nas Américas aumentaram drasticamente nos primeiros três meses deste ano, alcançando um número três vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

OS MAIS AFETADOS: Brasil, Argentina e Paraguai são os países mais afetados pela doença provocada pelo mosquito Aedes aegypt. As autoridades da Opas descreveram o quadro como provavelmente o pior surto da história até agora observado nas Américas para a doença transmitida por mosquitos. No Brasil, o atual patamar de casos é um recorde absoluto: mais de 2,3 milhões de casos prováveis, um número que nunca foi verificado em anos anteriores.

A Opas, que faz parte da Organização das Nações Unidas (ONU), confirmou cerca de 3,5 milhões de casos de dengue e mais de mil mortes neste ano até março nas Américas, que se estendem do Canadá até o extremo sul do Chile.

Mosquitos da dengue (Foto: Divulgação)

BILHÕES EM ÁREAS DE RISCO: Cerca de 4 bilhões de pessoas, ou aproximadamente metade da população mundial, vivem em áreas com risco de contrair dengue, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). A maioria dos casos de dengue é observada entre fevereiro e maio, os meses do final do verão e início do outono no Hemisfério Sul.

VACINA É A SOLUÇÃO: A vacinação contra a dengue, já iniciada no Brasil, é considerada uma medida efetiva para evitar os casos graves e as mortes pela doença. No entanto, de acordo com Jarbas Barbosa, diretor da Opas, não há um plano de imunização em outros países das Américas devido à lentidão do processo de controle da transmissão por meio da vacina.

"A vacina disponível requer duas doses e um intervalo de três meses entre a primeira e a segunda aplicação. A vacina não tem como objetivo controlar a transmissão no momento; seriam necessários oito anos para surtir um efeito significativo", explica Jarbas.

O diretor ainda destaca que a produção da vacina é muito limitada e está sendo utilizada principalmente pelo Brasil e pela Argentina. Nesse cenário, ele ressalta que os principais meios de controle da doença são a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, e a preparação dos serviços de saúde para atender pacientes infectados.

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