O senador Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado na tarde desta quarta-feira (19) em meio a um protesto de policiais que reivindicam aumento salarial. O senador pilotava uma retroescavadeira e tentava furar um bloqueio feitos por policiais militares no Centro de Sobral. As informações são do G1.
O Hospital do Coração informou que o estado de saúde de Cid é estável e que não há risco de morte. O senador licenciado está em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem previsão de alta. Um boletim médico divulgado nesta quarta afirma que ele está "lúcido e respirando sem auxílio de aparelhos" e tem "boa evolução clínica".
Segundo a assessoria da instituição, as duas balas atingiram a clavícula: uma bala saiu e a outra bateu na clavícula e ficou alojada no pulmão (e foi removida do órgão pela equipe da Santa Casa de Sobral). Cid já foi submetido a uma tomografia na Santa Casa de Sobral, que não constatou danos graves em nenhum órgão vital.
Imagens feitas por pessoas que acompanharam a manifestação mostram o senador consciente e com a blusa manchada de sangue.
O ex-presidenciável Ciro Gomes cobrou autoridades e se disse revoltado Em sua conta oficial no Twitter, Ciro escreveu que o irmão não corre risco de vida e pediu que as autoridades responsáveis "apresentem prontamente os marginais que tentaram este homicídio bárbaro às penas da lei".
Confira a mensagem de Ciro Gomes na íntegra:
Meu irmao Cid Gomes foi vitima de dois tiros de arma de fogo por parte de policiais militares amotinados e mascarados em Sobral, nossa cidade. Até aqui as informações médicas são de que as balas não atingiram órgãos vitais apesar de terem mirado seu peito esquerdo. Novos exames estão sendo feitos mas a palavra aos familiares e amigos é de que Cid não corre risco de morte. Espero serenamente, embora cheio de revolta, que as autoridades responsáveis apresentem prontamente os marginais que tentaram este homicídio bárbaro às penas da lei.
''Acompanho com preocupação os desdobramentos do ocorrido com o senador Cid Gomes, na tarde desta quarta-feira (19), em Sobral, no Ceará. Entrei em contato o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e com o governador do Ceará, Camilo Santana, para obter informações e garantir a segurança do parlamentar'', disse o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre.
O deputado federal André Figueiredo (PDT) confirmou que Cid Gomes (PDT) não corre risco de morrer. A confirmação foi publicada nas rede sociais, em publicação que condena o episódio.
"Tudo na vida tem limites. Virou rotina em ano eleitoral no Ceará, greves de parte da polícia com intenções eleitoreiras e que acabam virando tragédias. Felizmente @senadorcidgomes não corre mais risco de morte. Basta!!!!", disse Figueiredo.
O Ministério da Justiça autorizou nesta quarta-feira (19) o envio da Força Nacional para o Ceará "a fim de proteger a população cearense, em razão de movimento paredista por parte das polícias estaduais do Ceará".
O envio será feito nesta quinta-feira (20) e deve permanecer no estado por 30 dias, conforme portaria.
"A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública", detalha a portaria.
Durante a confusão, tiros foram disparados na direção de Cid Gomes e quebraram os vidros do veículo utilizado pelo senador. Conforme a assessora do político, ele foi baleado no peito e foi encaminhado ao Hospital do Coração de Sobral.
Cid Gomes, que está licenciado, organizava um protesto contra um grupo de policiais que tenta impedir o trabalho da Polícia Militar. Nesta quarta-feira, policiais secaram pneus de carros da polícia para impedir que os agentes de segurança atuem na ruas.
Ainda na tarde desta quarta-feira, policiais de Sobral ordenaram que comerciantes fechassem as portas do Centro da cidade.
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Invasão de batalhões policiais
Um grupo de policiais que reivindica aumento salarial e é contrário à proposta do governo de reestruturação da carreira da categoria realiza desde terça-feira (19) atos que a Secretaria da Segurança considera "vandalismo" e "motim".
Na terça, três policiais foram presos por cercarem veículo da polícia e secarem os pneus. Conforme o Governo do Estado, o ato é uma tentativa ilegal de impedir a atuação de policiais.
Nesta quarta-feira, pelo menos quatro batalhões da Polícia Militar foram invadidos por homens mascarados. Eles retiraram veículos policiais das bases militares e rasgaram os pneus com objetos cortantes.
O Governo do Estado anunciou processo contra mais de 200 policiais dissidentes. Também anunciou que solicitou o reforço da Força Nacional e cortou o repasse de verba para associações policiais que, de acordo com o governo, apoiam os atos grevistas.