As a?es da Bolsa brasileira encerraram o preg?o de sexta-feira com forte queda, com o recrudescimento das preocupa?es de investidores com a economia americana. Ap?s duas altas seguidas, o Ibovespa, principal indicador dos neg?cios, sofreu perdas de 3,37%, aos 52.846 pontos. O volume financeiro foi significativo, de R$ 4,08 bilh?es, o que sinaliza o grau de pessismismo dos investidores.
O d?lar comercial foi cotado a R$ 1,902 para venda, em alta de 1,5%. A taxa de risco-pa?s, medida pelo indicador Embi+ (JP Morgan), marca 201 pontos, com acr?scimo de 3,07% sobre a pontua??o final de ontem.
Um somat?rio de m?s not?cias precipitou a derrocada de hoje. Pela manh?, o humor dos investidores j? foi azedado pelo desempenho do mercado de trabalho americano: o Departamento de Trabalho dos EUA revelou uma taxa de desemprego acima do esperado (4,6% contra proje?es de 4,5%), combinada com uma gera??o de postos de trabalho abaixo do previsto (92 mil novos empregos contra expectativas de 126 mil).
? tarde, um novo indicador surpreendeu negativamente os participantes do mercado: o ISM, uma entidade privada, revelou o que seu indicador do n?vel de atividade do setor de servi?os foi pior do que o estimado por economistas de institui?es financeiros (55,8 pontos contra 59).
"As pessoas viram que o cont?gio [dos preju?zos do mercado de hipotecas dos EUA] pode se espalhar inclusive para empresas de outros pa?ses e que o problema pode ser muito maior do que se pensava anteriormente", afirma o analista da corretora Souza Barros, Andr? Borghesan.
Tamb?m afetou o mercado a not?cia de que a ag?ncia de classifica??o de risco Standard & Poor"s rebaixou a perspectiva de nota do grupo Bear Stearns Cos. Inc. de est?vel para negativa. O Bear Stearns divulgou recentemente problemas em tr?s fundos de hedge, relativos ? exposi??o em hipotecas "subprime". As a?es do Bear Stearns chegaram a cair at? 8% no ano, a baixa ? de 30%.
No cen?rio dom?stico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica) informou que a produ??o industrial brasileira apresentou uma expans?o de 4,8% no primeiro semestre do ano, a maior varia??o desde o primeiro semestre de 2005 (5%).