O Centro Hist?rico de S?o Lu?s tem cerca de 4.600 casar?es, constru?dos nos s?culos XVIII e XIX, tombados pela Organiza??o das Na?es Unidas para Educa??o, Ci?ncia e Cultura (Unesco), que reconheceu a beleza e a import?ncia de um dos maiores conjuntos de arquitetura civil de origem europ?ia do mundo.
Em busca de uma identidade cultural e um modo de ganhar a vida, v?rios destes sobrad?es servem como moradia e pontos comerciais - boites, restaurantes, bares, livrarias, padarias - para imigrantes do Velho Continente.
Por estar carregado da hist?ria ludovicense, as ruas estreitas de paralelep?pedos s?o um dos principais pontos de circula??o de estrangeiros, tanto turistas como imigrantes que estabeleceram resid?ncia fixa na cidade.
Aos 17 anos, filho de fam?lia abastada da Vila do Conde, cidade do Distrito do Porto, Jos? dos Santos Silva atravessou o oceano Atl?ntico, deu uma pequena parada em Bel?m (PA), aportou em S?o Lu?s e nunca mais voltou para Portugal.
Atualmente, com 73 anos de idade, casado com uma brasileira, tr?s filhos e dois netos, Seu Jos?, como ? conhecido, ? quase t?o maranhense quanto portugu?s. Ele ? propriet?rio, h? 52 anos, da Casa de Ferragem Silva & Cia, localizada no Centro Hist?rico de S?o Lu?s. ?Eu sou apaixonado por esta cidade, mesmo achando que quando cheguei aqui as coisas eram melhores?, declara Seu Jos?, que ? o comerciante estrangeiro mais antigo em atividade na capital.
Um aspecto bastante positivo com o crescimento do com?rcio estrangeiro em S?o Lu?s ? a gera??o de novos empregos para maranhenses. ?Al?m de ser o meu patr?o, eu o considero como um pai. Foi ele que me deu o primeiro emprego de carteira assinada? disse Tatiana Oliveira, 18 anos, funcion?ria da Padaria e Confeitaria Valery, empreendimento franc?s que fica na rua do Giz, na Praia Grande.
Nem sempre ? apenas a inten??o de prosperar nos neg?cios que leva os estrangeiros a se estabelecerem em S?o Lu?s. M?sico pianista, Guy Georges, um franc?s de Perpignan, cidade que fica ao sul da Fran?a, ? outro exemplo de estrangeiro que escolheu a capital maranhense para viver.
Guy Georges conheceu o mundo todo em turn? com v?rios artistas, veio ao Brasil, teve a oportunidade de conhecer S?o Lu?s, e, em um piscar de olhos, resolveu abdicar da carreira art?stica e viver de suas economias em terras maranhenses. ?Vim a primeira vez ao Brasil para conhecer a Bossa Nova. Tive a oportunidade de conhecer S?o Lu?s e n?o sa? mais daqui? revela o m?sico, que h? dois anos mora em um casar?o na Praia Grande.
Outro europeu que escolheu o Centro para morar foi o espanhol Ricardo Gines, oriundo de Barcelona, capital da Catalunha (cidade litor?nea da Espanha). H? tr?s anos morando em S?o Lu?s, e h? oito meses dono de uma livraria na rua de Nazar?, o catal?o ? encantado pelo povo ludovicense, mas decepcionado com os administradores do Estado.
?Sempre quis morar no Nordeste brasileiro. Fiz boas amizades aqui. O povo ? muito humilde e hospitaleiro, e tem uma identidade cultural muito forte. O que n?o me agrada ? a inseguran?a e a falta de cuidado com o Centro Hist?rico. Em menos de tr?s meses, j? fui roubado duas vezes?, revelou o espanhol.