A cearense Benigna Cardoso da Silva, conhecida como Menina Benigna, foi beatificada durante uma celebração realizada, nesta segunda-feira (24), no município de Crato, no Ceará. Com a beatificação, a Menina Benigna se tornou a primeira beata cearense e a quarta mártir do Brasil. Ela agora passa a receber o título de mártir, podendo ser venerada nos templos católicos do Brasil.
A missa de beatificação foi presidida pelo arcebispo Leonardo Ulrich Steiner, da diocese de Manaus, escolhido pela Igreja Católica. A beatificação de Benigna foi autorizada pelo Papa Francisco em 2019. O processo antecede a canonização, necessária para tornar Benigna uma santa para a Igreja Católica.
Durante a leitura da carta apostólica do Vaticano, o arcebispo Leonardo Ulrich Steiner lembrou do gesto de Benigna Cardoso ao pagar sua dignidade com sua própria vida.
"Nós, acolhendo o desejo do nosso irmão no episcopado Magnus Henrique Lopes, bispo do Crato, e também dos demais irmãos no episcopado e de muitos fiéis em Cristo, depois de termos ouvido parecer do dicastério para a causa dos santos, com a nossa autoridade apostólica ordenamos que a venerável serva de Deus, Benigna Cardoso da Silva, jovem leiga, mártir, que observando a palavra de Deus conservou sua vida para defender a sua dignidade de mulher até a infusão do sangue", diz trecho da carta.
Morte aos 13 anos
Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri, no interior cearense. No dia 24 de outubro de 1941, foi assassinada aos 13 anos por Raul Alves com golpes de facão, ao recusar ter relações sexuais com ele, que morava no mesmo município.
Após a morte, a menina passou a ser venerada como mártir na região do Cariri e virou símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes. A recusa da adolescente, junto a fé e devoção cristã, tornaram Benigna uma mártir, que move romarias até hoje.
Com informações do g1