Hoje, dia 16 de janeiro, completa 14 anos da chacina da Meruoca, na zona rural de Teresina, quando três empresários e um motorista que cassavam na mata foram confundidos com bandidos, e assassinados por policiais. As famílias das vítimas ainda brigam na justiça por uma reparação, que até agora não chegou.
Dos quatro policiais militares e um civil que participaram da chacina, apenas o policial civil foi expulso. Os PMs continuam trabalhando na polícia, e um deles chegou até a ser promovido, e hoje trabalha na formação de novos soldados.
O processo condenou o Estado a indenizar as famílias das vítimas, mas o dinheiro ainda não chegou. ?O Estado reconhece o débito com as famílias, questiona apenas os valores?, disse o procurador geral do estado, Kildere Rone. Os valores estão na faixa de R$ 250 mil por danos materiais, mais R$ 400 mil por danos morais, para cada família.
?O Estado não questiona, mas emperra o processo?, disse ao meionorte.com Rodrigo Cronemberg, filho de uma das vítimas da chacina. Segundo dele, a decisão foi há um ano, mas foi embargada pelo Estado, e o processo está a um ano parado. ?É complicado uma família ter seu gestor retirado, e passaram-se 14 anos e nada foi feito. É complicado ver algum deles na rua?, desabafou Rodrigo.
O corregedor adjunto da Polícia Militar do Piauí, coronel Ricardo Lima, afirma que os responsáveis ainda correm o risco de serem penalizados e serem expulsos da polícia. ?O Estado está em débito com essas famílias?, disse coronel Ricardo. Rodrigo, entretanto, disse que o objetivo da luta não é mais expulsar os policiais. ?O que nós mais pedimos é só um andamento maior para o processo.