O voo que iria remanejar os 30 pacientes de Manaus (AM) com Covid-19 para Teresina, precisou ser adiado para às 18 horas desta quinta-feira (14), devido a problemas na logística do abastecimento de oxigênio da aeronave da Força Aérea Brasileira. A chegada no Aeroporto Senador Petrônio Portella estava prevista para às 13 horas, segundo a Fundação Municipal de Saúde (FMS).
A capital do Amazonas vive uma nova onda do vírus e por conta disso, está recebendo reforço de outros municípios. Equipes do Ministério da Saúde estão em Manaus remanejando os pacientes para as cidades brasileiras que têm suporte em saúde para recebê-los.
Ontem, a prefeitura de Manaus informou que foram realizados 198 enterros nos cemitérios da cidade, batendo o recorde anterior — no dia 26 de abril, fora registrado o ápice da primeira onda de infecções pelo coronavírus, com 167 sepultamentos na capital amazonense.
Na madrugada desta quinta, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, entrou em contato com o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Gilberto Albuquerque, informando que enviaria os pacientes com o vírus para Teresina.
“Já organizamos a logística de recebimentos dos pacientes. Ambulâncias avançadas, equipe de triagem, oxigênio, máscaras, cadeiras de rodas, apoio de transporte. O Hospital Universitário irá receber os pacientes”, informou Gilberto Albuquerque.
São 11 ambulâncias disponibilizadas para o transporte dos pacientes, sendo duas avançadas e nove básicas. “Os pacientes são clínicos. Faremos a triagem deles ainda dentro do avião para analisarmos o quadro de saúde antes de realizarmos o transporte”, diz Gilberto.
O superintendente do Hospital Universitário (HU), Paulo Márcio, concedeu uma entrevista para o Jornal Agora, da Rede Meio Norte, em que deu detalhes sobre a chegada dos pacientes de Manaus em Teresina. Ele foi informado de imediato sobre a falta de oxigênio nos hospitais da capital do Amazonas, o que poderia colocar em risco a vida de muitos pacientes acometidos pela Covid-19. “Quando começamos nossa gestão em 4 de janeiro, montamos um plano estratégico contra a Covid-19, pois sabia que essa situação poderia acontecer em outros Estados, inclusive no Piauí. Nossa equipe trabalhou para montar uma estrutura de leitos para Covid. Essa decisão não nos pegou de surpresa", declarou. Atualmente o HU conta com apenas 3 pacientes internados com o vírus.
Em relação ao estado de saúde dos pacientes de Manaus, Paulo Márcio disse que são pacientes estáveis e que ficaram em uma área específica do HU. “São 30 leitos disponibilizados em uma área específica. São pacientes que estão bem. Que estão precisando de pouquíssima quantidade de oxigênio. Inclusive com a ideia de que eles nem precisem. Mas são leitos equipados para caso um pacientes desse precise”, completou.
Nova Cepa
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) atestou que uma nova cepa do coronavírus foi identificada no Amazonas. Segundo o estudo, a variante teria evoluído de uma linhagem viral que circula no estado. Sobre esse tema, o diretor do HU assegurou que esses 30 pacientes estão bem, com o vírus habitual. “Os pacientes estão bem, estão estáveis e com Covid-19 habitual. As cepas diferenciadas que estão se apresentando de cara tornam os pacientes graves, que precisam de respiração mecânica. Nada disso. São pacientes que estão bem e com sinais e sintomas de Covid habitual. Eles estão vindo com segurança. Eles não estão vindo com pé na cova. Estão vindo por segurança caso em Manaus falte oxigênio para eles”, reiterou.