Com as mudanças climáticas, típicas nessa época do ano, aumenta a incidência das doenças respiratórias e gastroentestinais, que são bastante comuns no período chuvoso. A diarreia é uma dessas doenças, que ocorre quando nosso corpo é infectado por bactérias, fungos ou vírus. Ela também pode ser causada pela intolerância a certos alimentos.
“Os seres vivos têm um ciclo biológico, que está relacionado com os diversos ciclos da natureza e com as condições climáticas. Com o início das chuvas tem-se ambiente propício para que um conjunto variado de seres vivos se reproduza, como as moscas que se proliferam em ambiente úmido. Ambiente este que fica cheio de material para alimentação da mosca, o que aumenta seu potencial reprodutivo”, fala Amariles Borba, diretora de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde de Teresina.
Ela fala ainda que não é a mosca que causa a diarreia. “As condições inadequadas e a pobreza de educação doméstica concorre para o aumento do número de casos de diarreia. A mosca posa em ambientes inadequados, como fezes ou lixo, e depois posa nos alimentos infectando-os”, explica Amariles Borba.
Para evitar quadros de diarreia é muito importante lavar bem as mãos antes e após as refeições e também depois de ir ao banheiro. Quanto ao lixo, colocar em saco plástico e fechar bem a boca. Lavar bem frutas e verduras e beber água filtrada ou fervida. “Existe uma cultura entre a população de que diarreia é algo normal e não é. A não ser que ela seja um sintoma de outra doença. Tomar certos cuidados de higiene previne ter diarreia”, afirma Amariles.
A diretora de Vigilância em Saúde lembra ainda que com a chegada das chuvas não apenas as moscas se proliferam com mais facilidade, mas também muriçocas e mosquitos como o Aedes aegypti e o Aedes albopictus. “Temos que sempre ficar atentos. E no período de chuvas, a população precisa ficar ainda mais atenta para evitar a proliferação da dengue, da zika e da chikungunya em decorrência da elevação dos focos de água parada”.
SAIS DE REIDRATAÇÃO ORAL
Seguir o tratamento é muito importante em casos de diarreia e quanto mais cedo iniciar o tratamento, menor o risco de desidratação e desnutrição. Quando a criança ou adulto apresentar vômitos e fezes líquidas é preciso tomar os sais de reidratação oral e alimentar-se com mais frequência (mais vezes ao dia) e em menores quantidades.
“A Fundação Municipal de Saúde distribui gratuitamente os sais de reidratação oral em Unidades Básicas de Saúde e Hospitais. Evitar alimentos com muito tempero e doces em geral é preciso, quando a pessoa está com diarreia. Beber muita água ou chás para repor os líquidos perdidos é essencial. E não tomar medicamento sem indicação médica”, diz Amariles Borba. A médica acrescenta ainda que, quando a criança apresentar sangue nas fezes, vomitar tudo o que come e bebe, ter febre e apresentar convulsões, é preciso que seja encaminhada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo.
Para preparar os sais de reidratação oral é simples. Basta dissolver todo pó em um litro de água limpa, não colocar açúcar e nem sal, frutas ou refrigerantes. Não ferver depois de pronto e usar o líquido em até 24 horas após o preparo.
“Existe ainda a opção do soro caseiro, que é uma solução à base de água, sal e açúcar que pode ser feita em casa e serve para o tratamento e para a prevenção da desidratação nos pacientes com quadros de diarreia e/ou vômitos”, lembra Amariles Borba. O soro caseiro é uma solução que consiste em 3,5 gramas de sal mais 20 gramas de açúcar diluídos em um litro de água filtrada ou previamente fervida. Na prática, isso significa uma colher de chá de sal mais uma colher de sopa de açúcar.