O presidente chinês, Xi Jinping, defendeu nesta sexta-feira (16) uma aliança com Rússia, Índia e países da Ásia Central para prevenir o surgimentos de revoltas instigadas pelo Ocidente. Mas também se disse aberto à "cooperar com o mundo inteiro".
O presidente Xi Jinping deixou a China pela primeira vez em dois anos em uma viagem à Ásia Central nesta semana, onde se encontrou com o russo Vladimir Putin.
"Estamos abertos à cooperação com o mundo inteiro", disse o presidente russo. "Nossa política não é egoísta. Esperamos que os outros (países) parem de recorrer aos instrumentos do protecionismo, às sanções ilegais e ao egoísmo econômico", acrescentou em uma referência clara aos países ocidentais.
O líder chinês anunciou ainda que a China treinará 2.000 policiais dos países membros do grupo nos próximos cinco anos e estabelecerá uma base de treinamento com foco no trabalho antiterrorismo.
Na cúpula, que acontece no Uzbequistão, Xi pediu ainda uma mudança da ordem internacional para uma direção "mais justa e racional". Ele defendeu que os países integrantes devem abandonar "a política de blocos" e apoiar o sistema internacional "com a ONU no centro".
A China, anunciou Xi, fornecerá ainda cerca de US$ 214 milhões (cerca de R$ 1,2 milhão) em grãos e outras ajudas de emergência aos países em desenvolvimento. Ele afirmou que a economia chinesa é resiliente e "cheia de potencial".
A economia do país asiático escapou por pouco de uma contração no trimestre de abril a junho, prejudicada pelos bloqueios das cidades por conta da pandemia de Covid-19, uma desaceleração profunda no mercado imobiliário e gastos do consumidor persistentemente fracos.