Espanha, EUA, África e Rio Grande do Sul: o que essas áreas têm em comum? Neste ano, essas regiões foram atingidas por catástrofes que deixaram cidades alagadas, centenas de desabrigados e mortos, além de um rastro de destruição. As chuvas estão cada vez mais intensas e os fenômenos estão interligados pelo aquecimento dos oceanos, é o que explicam especialistas.
ENTENDA OS CASOS
- Espanha: nesta semana transformou ruas em rios, causou destruição e matou mais de 200 pessoas.
- EUA: no início de outubro, o furacão Milton deixou parte dos EUA em alerta e obrigou moradores a evacuarem cidades inteiras.
- África: parte do deserto do Saara ficou alagado.
- Rio Grande do Sul: mais de 180 pessoas morreram após temporais em abril.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
O ano de 2023 foi o mais quente da história, e 2024 mantém essa tendência. No entanto, os oceanos ajudam a evitar um aumento ainda maior das temperaturas. Por outro lado, as águas estão mais quentes, o que traz consequências. Com o calor, os oceanos liberam mais umidade, aumentando o volume das chuvas.
- Tudo começa com o aumento de gases do efeito estufa gerados pela atividade humana, responsáveis pelo aquecimento global;
- Quando há mais desse gás no ar, o planeta se aquece mais do que o normal. Os oceanos são grandes ‘bolsões’ de calor, retendo o excesso de temperatura que está na atmosfera;
- Esse calor é, depois, liberado pouco a pouco em forma de umidade na atmosfera. Esse processo acelerado intensifica a umidade presente na atmosfera, tornando as chuvas muito mais fortes.
“Quando o oceano está muito quente, ele evapora mais e leva muita água para a atmosfera. Com isso, toda a circulação, que sempre ocorreu, acontece em uma situação de maior volume. Isso faz com que as chuvas se formem com mais intensidade e mais rápido”, explica a pesquisadora Regina Rodrigues, ao g1, acrescentando que os fenômenos recentes já são reflexos das mudanças climáticas.
E COMO FICA O FUTURO?
Especialistas e entidades vêm fazendo alerta sobre o aumento das temperaturas e a necessidade urgente de redução dos gases do efeito estufa. Ainda conforme a pesquisadora, para além das catástrofes em sequência, há ainda a vulnerabilidade para esses eventos.
“É muito mais imprevisível. Os sistemas de previsão não conseguem prever essas intensidades e isso faz com que o tempo de reação para a população seja menor, o que aumenta o risco de mortes e tragédias”, explica.