Após 24 anos de internação em diversos hospitais de Vitória, uma mulher sem identificação, carinhosamente apelidada de "Clarinha" pela equipe médica, faleceu na última quinta-feira (14). Durante todo esse tempo, sua história permaneceu envolta em mistério, com poucas informações sobre sua idade, origem ou possíveis parentes.
Desde sua internação, a equipe médica manteve a esperança de encontrar alguma pista sobre sua identidade. A presença de uma cicatriz de cesariana sugeriu a possibilidade de que Clarinha tivesse um filho, mas nenhum parente ou conhecido a visitou durante seu período hospitalar.
O médico tenente-coronel Jorge Potratz, que acompanhou Clarinha desde o início e continuou seus cuidados mesmo após sua aposentadoria, acredita que ela tenha falecido aos 47 anos de idade.
Clarinha foi atropelada em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória, e socorrida por uma ambulância sem documentos. Desde então, permaneceu desacordada até seu falecimento.
Uma tentativa de identificar Clarinha foi feita em 2021 por uma equipe de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública, que comparou sua imagem com bancos de dados de pessoas desaparecidas. No entanto, nenhuma correspondência significativa foi encontrada.
Apesar de sua identidade permanecer um mistério, Clarinha recebeu cuidados diários e o carinho da equipe médica ao longo de todos esses anos. O médico Jorge Potratz, que a acompanhou de perto, escolheu o nome Clarinha para facilitar as interações com ela durante sua estadia nos hospitais.
Com sua partida, permanece o mistério sobre a verdadeira identidade e história de vida de Clarinha, deixando para trás uma série de perguntas sem resposta.