Hoje, no Piauí, 40% dos aparelhos eletrônicos deixados nas lojas de assistência técnica não são recolhidos pelo dono. O dado, além de chamar atenção para o ritmo decrescimento na venda de eletrônicos, traz à tona um problema antes recorrente apenas nos Estados mais desenvolvidos: a falta de um local adequado para o despejo da chamada ?sucata eletrônica?.
O problema é ainda mais intensificado porque em Teresina não há nem mesmo legislação específica para tratar o assunto, que fica à mercê de escassas leis federais. Mesmo com um crescimento maior na venda de aparelhos eletrônicos as legislações municipais ainda não preconizam o destino correto para o lixo eletrônico ou que responsabilize os fabricantes pelo seu descarte.
O resultado disso são eletrônicas lotadas de entulhos. Para livrar boa parte do que não é retirado, uma eletrônica localizada na Avenida José dos Santos e Silva deixa os aparelhos abandonados em depósitos. Depois de algum tempo, os objetos são despejados em locais inadequados, já que o Município de Teresina não disponibiliza local apropriado para tratamento.
?Não temos para onde recorrer?, diz a gerente Bernadete Costa. ?Na maioria das vezes, é o carro de lixo que faz a coleta?, completa. O descarte desenfreado desses produtos pode gerar problemas ambientais sérios. Isso porque esses produtos contêm materiais que demoram muito tempo para se decompor e ainda são capazes de prejudicar a saúde humana.
Faz parte desse grupo todo material gerado a partir de aparelhos eletrodomésticos ou eletroeletrônicos e seus componentes, como pilhas, baterias e produtos magnetizados. A falta de um aterro sanitário e de programas de reciclagem incitam práticas de agressão ao meio ambiente.
O Jornal Meio Norte tentou entrar em contato com o Secretário Municipal do Meio Ambiente, Valdemar Rodrigues, mas o mesmo não foi localizado pela equipe de reportagem.