Os comerciários de Teresina devem iniciar greve por tempo indeterminado, a partir da próxima sexta-feira (12). A categoria se reuniu na última sexta-feira (05) e recusou a contraproposta da classe patronal às suas pautas de reivindicações.
O secretário-geral do Sindicato dos Comerciários, Gilberto Paixão, relatou que uma das principais reivindicações da categoria é o reajuste salarial de 6%, como também de cláusulas sociais como a abertura do comércio aos domingos e feriados.
“Por exemplo, no centro e nas adjacências, eles querem abrir todos os domingos e querem abrir também em todos os feriados. Porém, qual é o problema disso? Eles não querem pagar por esses dias trabalhados, querem praticar o banco de horas e isso prejudica e muito o trabalhador. Nós estamos negociando há 20 anos, nas convenções coletivas de trabalho, o pagamento do domingo trabalhado, que já faz parte do salário do trabalhador, e horas extras de 100% do valor para quem trabalha nos feriados”, informou Gilberto.
Outro importante motivo para a greve é a tentativa de manter a Convenção Coletiva de Trabalho anterior. Os empresários não querem aceitar. Essa convenção atua como um instrumento que pretende garantir à classe trabalhadora do país uma ferramenta para que pequenos sindicatos e grupos de trabalhadores tenham certo protagonismo na participação das negociações patronais.
Como não houve contraproposta para discutir soluções, o sindicato resolveu realizar a greve. Caso a situação continue instável, o Sindicato dos Comerciários entrará com um dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. “Nós não confiamos na justiça trabalhista, ela sempre tem se posicionando de forma contrária aos direitos dos trabalhadores e a favor dos empresários”, expressa o secretário-geral.
Dentro dos prazos legais, na segunda-feira, os atacados e supermercados foram comunicados a respeito da greve. Na terça-feira,9, e nas próximas 72 horas é a vez dos lojistas e sindicatos patronais receberem a informação oficial sobre a deflagração da greve.
A situação não agrada os empresários, que em sua grande parte se posicionam do lado contrário ao movimento. "Não é reivindicação de quem de fato está preocupado com o desemprego, está preocupado de fato com a eleição. Não vejo razão para reivindicação econômica. Economicamente nós temos que dar as mãos entre a parte laboral e os patrões para uma coesão, uma aproximação. Patrão não faz nada sozinho, faz com o grupo com sua equipe", disse o lojista Luiz Veloso.