Com o objetivo de ouvir as vítimas dos excessos policiais e os familiares de pessoas que morreram em operações policiais, a Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE) iniciarão no Guarujá, litoral de São Paulo uma investigação às denúncias de excesso policial que teriam sido cometidos durante a Operação Escudo, deflagrada no último final de semana.
A Operação Escudo teve início no dia 27 de julho, após o assassinato do policial Patrick Bastos Reis, soldado de Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) durante patrulhamento. Durante a operação, 10 pessoas foram presas em de acordo com o governo de São Paulo, oitos pessoas morreram, mas de acordo com a ouvidoria das Polícias do estado de São Paulo indica que foram 10 mortos.
Em uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (31), o governador Tarcísio de Freitas afirmou que está “extremamente satisfeito” com o trabalho da Polícia em resposta após à morte do soldado da Rota.
“Nós não vamos deixar passar impune agressão a policial. Não é possível que o bandido, que o criminoso, possa agredir um policial e sair impunemente, então nós vamos investigar, nós vamos prender, nós vamos apresentar à Justiça, nós vamos levar ao banco dos réus. Foi isso exatamente que foi feito nesse fim de semana. Estou extremamente satisfeito com a ação da polícia”, disse.
A Operação Escudo também foi alvo de críticas por parte do Instituto Sou da Paz. Em comunicado oficial, o instituto enfatizou que "a reação do Estado aos crimes cometidos por policiais não deve ocorrer à margem da legalidade, evitando o surgimento de mais violência."
“O Instituto Sou da Paz lamenta a morte do soldado PM Patrick Bastos Reis, ocorrida no último dia 27 durante patrulhamento de rotina, no Guarujá (SP). Manifestamos profunda preocupação com a quantidade de ações policiais que resultaram em mortes no curso da Operação Escudo, determinada pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo após o homicídio do soldado Reis”, disse.
Para o Sou da Paz, essa violência é preocupante, ainda mais após os dados desse primeiro semestre de 2023 terem demonstrado o crescimento da letalidade policial, principalmente praticada por policiais militares em serviço. Para o Instituto Sou da Paz, a crescente violência é uma preocupação particularmente alarmante, especialmente diante dos dados do primeiro semestre de 2023, que evidenciaram um aumento na letalidade policial, sobretudo quando praticada por policiais militares em serviço.
“A emboscada covarde que resultou na morte do soldado PM Patrick Bastos Reis precisa de uma rápida reação do Estado. É inadmissível, no entanto, que essa resposta seja dada de forma descontrolada e fora das balizas legais. Esperamos que a Polícia Civil e Ministério Público possam revisar as provas destas ocorrências e as imagens disponíveis para apurar e punir possíveis abusos, em claro sinal de que retrocessos como este não serão tolerados”, disse o instituto.