Membros da Comissão Externa de Estupro Coletivo, formada por deputados federais, vem a Teresina na próxima quinta-feira, 16 de junho, para discutir o histórico de inúmeros estupros coletivos no estado em uma grande audiência. O objetivo é criar leis que possam defender as mulheres e barrar o crescimento desses casos, além de idéias de políticas públicas para mulheres para o Piauí.
Inicialmente o grupo estaria em Bom Jesus, acompanhando de perto as investigações sobre o estupro coletivo que aconteceu na cidade e ganhou notoriedade nacional, assim como o estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro que também está sendo fiscalizado pela Comissão. Mas diante de novo caso de estupro coletivo, ocorrido desta vez no município de Pajeú , onde a vítima de 14 anos foi estuprada por 4 pessoas sendo 3 menores, a Comissão decidiu acolher esses outros casos.
"Vamos acolher todos esses casos, o Piauí possui um vergonhoso histórico de estupros coletivos que vem se repetindo. Não podemos continuar apenas assistindo. Por isso, propus que a Comissão Externa viesse aqui debater junto ao Ministério Público, Tribunal de Justiça, autoridades policiais, grupos de defesa dos direitos das mulheres e parlamentares para acharmos uma solução que possa endurecer as leis e defender a integridade das mulheres. " explicou o proponente, deputado federal Silas Freire.
Entre os parlamentares que vem ao Piauí estão a deputada Soraya Santos ( PMDB-RJ) que é a coordenadora da Comissão Externa do Estupro Coletivo, além de outras deputadas da bancada feminina como a deputada Jandira Feghali (PC do B- RJ), deputada Maria do Rosário ( PT- RS), deputada Gorete Pereira ( PR- CE) que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e a deputada Zenaide Maia (PR- RN). Entre os deputados destaca-se Silas Freire ( PR-PI) e o deputado Edson Moreira ( PR-MG) conhecido por sua luta em casos emblemáticos de luta contra a violência contra mulher, como o caso do goleiro Bruno e ainda do maníaco de Contagem.
’Nós tivemos um estupro coletivo na cidade de Castelo do Piauí que resultou na morte de uma menina, agora desconfia-se que o estupro que aconteceu no município de Bom Jesus também seja coletivo. Temos ainda o recente caso de Pajeú e a lista só aumenta. A Comissão participa para legislar e propor leis. A ida do parlamento nacional ao Piauí com esses acontecimentos extremos em menos de um ano é justamente para intimidar aquilo que pode virar uma cultura de estupro’’ declarou o deputado federal Silas Freire.
Silas explica ainda que a Comissão Externa tem o poder de propor leis em caráter de urgência, com isso, a proposta de lei estabelecida por este grupo terá maior celeridade. Além disso, a intenção do parlamentar é que a Comissão produza um documento para ser entregue ao governador do estado, Wellignton Dias.
Sobre o estupro coletivo em Bom Jesus
A vítima de 17 anos foi encontrada em uma obra abandonada, amarrada e amordaçada com a própria calcinha. Ela chegou a contar que foi conduzida ao local e violentada pelos cinco suspeitos.
No dia 25 de maio, a promotora de Justiça Gabriela Santana havia solicitado a internação dos 4 menores para o Centro Educacional Masculino (CEM) em Teresina, depois que o laudo médico confirmou o abuso sexual na vítima. Apesar do exame, o juiz Eliomar Rios Ferreira negou o pedido do Ministério Público Estadual e decidiu por liberar os menores.
Em sua decisão, o magistrado apontou a inexistência de antecedentes criminais dos menores e a impossibilidade de atrapalharem a investigação em curso.
O estupro em Bom Jesus fez a população piauiense recordar o caso ocorrido em Castelo do Piauí, há pouco mais de um ano, que resultou na morte de uma das vítimas, Danielly Rodrigues Feitosa.
Sobre o estupro em Pajeú
Uma garota de 14 anos foi vítima de um estupro coletivo na cidade de Pajeú do Piauí, distante 460 km de Teresina, no Sul do estado. De acordo com a polícia, quatro pessoas são suspeitas de participação no crime, entre elas, três adolescentes.
O crime ocorreu na noite dessa terça-feira (7) em um ginásio poliesportivo e, segundo a polícia, a menina foi encontrada desacordada pela madastra em um dos banheiros do local, que ainda chegou a flagrar o ato criminoso.
De acordo com o delegado Willame Morais, gerente de policiamento do interior, a menina relatou que conhecia um dos suspeitos e já teria tido um relacionamento com ele. Ainda conforme o delegado, um dos rapazes ofereceu coca-cola à garota e ela disse não lembrar do que aconteceu após tomar o refrigerante. Em depoimento à polícia, os suspeitos falaram que ofereceram bebida alcoólica e que o ato sexual teria sido consentido.